O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou nesta segunda-feira (19) que o Brasil poderá retomar o status de país livre de gripe aviária caso não sejam registrados novos casos da doença em um período de 28 dias. A declaração foi dada após a confirmação de dois focos da infecção no Rio Grande do Sul — um em granja comercial em Montenegro e outro em zoológico de Sapucaia do Sul.
José Cruz/Agência Brasil
Ministro Carlos Favaro
“O importante é a gente fazer todo o bloqueio e o rastreamento de tudo o que saiu dessa granja. Fazendo a inutilização de toda essa produção, a gente diminui muito o risco de novos casos. Diminui muito mesmo”, afirmou Fávaro. Segundo ele, o ciclo do vírus se encerra em 28 dias, tempo necessário para que o país possa, com base científica, reivindicar novamente o status sanitário livre da doença.
“Se, em 28 dias, não tiver nenhum outro caso, a gente pode, com tranquilidade, baseado em ciência, dizer ao mercado e aos compradores: o Brasil, de novo, livre de gripe aviária”, reforçou o ministro.
Apesar disso, Fávaro ponderou que a reabertura total das exportações não ocorrerá de forma imediata. “Não significa que, imediatamente, todos os mercados se abrirão. Muitos vão fazer questionamentos, tirar dúvidas. E é normal isso”, destacou.
Sobre as restrições impostas por outros países, Fávaro disse que, na ausência de novos focos, há expectativa de que as limitações sejam reduzidas apenas à região afetada. “Certamente, aqueles que restringiram o Brasil todo, vão reduzir provavelmente só ao Rio Grande do Sul ou a Montenegro e aí, gradativamente, voltando à normalidade.”
Expectativas com a China
Durante a conversa com jornalistas, o ministro também comentou sobre a possibilidade de retomada das exportações para a China, que estavam suspensas para o Rio Grande do Sul desde um caso anterior de doença de Newcastle em 2023.
“A China estava na iminência de voltar a comprar do Rio Grande do Sul, pois se deram por satisfeitos. Inclusive, na missão do presidente Lula à China na semana passada, a GACC [agência aduaneira chinesa] deu sinais de que estava satisfeita com todos os relatórios fornecidos sobre Newcastle”, relatou Fávaro.
“Infelizmente, a restrição agora veio por outro motivo”, finalizou.
