O Instituto Senai de Inovação em Biomassa (ISI Biomassa), com sede em Três Lagoas, alcançou uma conquista histórica ao obter sua primeira patente internacional. A tecnologia, fruto do projeto Macrofuel, teve sua patente publicada nos Estados Unidos e também foi reconhecida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), garantindo proteção no Brasil.
A inovação desenvolve biocombustível a partir de plantas aquáticas invasoras que causavam prejuízos operacionais em reservatórios de hidrelétricas na divisa entre Mato Grosso do Sul e São Paulo. O processo envolve a pirólise rápida – decomposição térmica em altas temperaturas – das macrófitas aquáticas, convertendo-as em um bio-óleo que passa por tratamento catalítico para gerar um combustível renovável similar ao diesel fóssil.
Para o diretor do ISI Biomassa, João Gabriel Marini, a conquista representa um avanço para o setor tecnológico brasileiro. “É um orgulho enorme para o ISI Biomassa ter uma tecnologia desenvolvida no instituto patenteada. Isso mostra que estamos nos aproximando do estado da arte e gerando valor para nossos parceiros”, afirmou.
Segundo o pesquisador industrial Paulo Renato dos Santos, responsável pelo projeto, a patente valida a inovação e fortalece a atuação do instituto como referência nacional em tecnologias sustentáveis. “Isso demonstra que fomos capazes de desenvolver uma metodologia inédita com aplicação prática e relevância industrial”, destaca. Ele ainda ressalta que o reconhecimento internacional permite aprofundar os estudos com mais segurança e explorar novas possibilidades de aplicação da tecnologia.
O projeto Macrofuel foi iniciado em julho de 2019, em parceria com a CTG Brasil – uma das maiores geradoras privadas de energia do país – e contou com investimento de R$ 4,6 milhões via fomento da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) e EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial).
Além do desenvolvimento do biocombustível, o projeto também contribuiu com o manejo ambiental das macrófitas, que causavam sérios transtornos operacionais nas usinas hidrelétricas de Jupiá e Ilha Solteira. “O objetivo foi oferecer uma solução energética limpa e mitigar impactos negativos na operação das hidrelétricas”, explicou o pesquisador.
A tecnologia reforça o compromisso do ISI Biomassa com a bioeconomia circular e a transição energética, ao transformar um problema ambiental em uma fonte de energia renovável e promissora para o futuro.