O Dia das Bruxas, ou Halloween, é comemorado mundialmente no dia 31 de outubro, principalmente nos Estados Unidos. Hábitos como o de ir de porta em porta atrás de doces, enfeitar as casas com adereços assustadores e participar de festas a fantasia vêm se tornando mais comuns.
Hoje, o Halloween é o maior feriado não cristão dos Estados Unidos. Já superou tanto o Dia dos Namorados e a Páscoa como a data em que mais se vende chocolates. Ao longo dos anos, a tradição foi exportada para outros países, entre eles o Brasil.
Apaixonada pelo Halloween, a estudante de jornalismo Renata Sena, 22 anos, comemora a data desde pequena. Nascida em Portugal, ela explica que o Dia das Bruxas também têm uma cultura muito forte na Europa. “O Halloween lá é como se fosse o Carnaval aqui no Brasil. Todo mundo espera ansioso pela data. Nós assistimos filmes e participamos de brincadeiras de terror, as crianças pedem doces e fazem travessuras, as pessoas saem fantasiadas nas ruas”, revela.
Renata conta que quando era criança fazia muitas travessuras com os amigos.”O dia das bruxas me faz lembrar muito a minha infância. Sempre saímos para pedir doces e fazer travessuras. Uma vez, colocamos doce de leite nos carros da rua. No outro dia, quando fui para a escola, todos os vizinhos estavam lavando os automóveis. Eu sinto muita falta dessas tradições”, relembra.
A jovem tenta manter a tradição no Brasil, onde mora há seis anos. Em Campo Grande, não faltam opções de festas à fantasia.“É mais complicado comemorar a data aqui, porque meus amigos não tem esse costume. Mas eu tento incentivá-los. Continuo vendo filmes de terror, mas não sigo mais a tradição de “doces ou travessuras”. Sempre vou em festas à fantasia, este ano fui fantasiada de caveira mexicana”, conta.
Renata explica que em Portugal o Halloween tem uma ligação com o além. “Eu acredito em karma, energias, bem e mal, vida após a morte... Então, para mim, a data é uma ligação histórica que também retrata a cultura antiga dos homens. É algo extremamente mágico e místico” afirma a jovem.
Origem
Diferente do que muitos pensam, a tradição não tem suas raízes na cultura norte-americana. A origem desta tradição surgiu na Europa, com povos distantes: os celtas e druidas. Somente em 1845, durante o período conhecido na Irlanda como a "Grande Fome", 1 milhão de pessoas foram forçadas a emigrar para os Estados Unidos, levando junto a história e tradições.
Celtas - Os celtas comemoravam a data no festival de Samhaim, para agradecer as boas colheitas. Eles acreditavam que, nesse dia, os espíritos desencarnados de todos aqueles que morreram no decorrer do ano, voltavam na busca de corpos de pessoas vivas. Acreditava-se que essa era a única esperança de vida após a morte. Para não serem possuídos pelos espíritos dos mortos, na noite de 31 de outubro os habitantes apagavam os fogos em suas casas, para torná-las frias e indesejáveis. Eles então se vestiam com roupas fantasmagóricas e realizavam desfiles barulhentos pela vizinhança para assustar os espíritos que estavam a procura de corpos.
Druidas - Os druidas, antigos sacerdotes de Gália e da Bretanha, também colaboraram para o Halloween se tornar uma comemoração tradicional. O ano novo Druida começava em 1º de novembro. Na noite anterior, eles acendiam uma grande fogueira no topo das colinas e pintavam o corpo para observar as chamas e contar suas experiências para celebrar o final do verão e da sua fertilidade. A fogueira também era acesa porque eles achavam que suas chamas poderiam ajudar o Sol durante o inverno.