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Suspensão

Paralisação afeta atendimentos na Santa Casa de Campo Grande

Sindicato aciona Justiça e critica gestão do hospital por atrasos salariais

Viviane Freitas
Capital News

A crise no pagamento dos médicos da Santa Casa de Campo Grande já afeta diretamente o atendimento à população. Conforme nota enviada ao Capital News, o hospital confirmou que suspendeu atendimentos ambulatoriais e eletivos devido aos atrasos. “As equipes desses setores suspenderam totalmente as atividades”, informou a instituição. Já os atendimentos de emergência continuam, mas com equipes reduzidas, conforme autorização do Conselho Regional de Medicina (CRM-MS).

O presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (SinMed-MS), Dr. Marcelo Santana Vieira, afirmou que os profissionais contratados como pessoa jurídica (PJ) estão há cerca de cinco meses sem receber. “A Santa Casa tem a obrigação de manter os pagamentos em dia. Não é aceitável justificar essa situação apenas com repasses externos”, declarou. O sindicato entrou com uma ação judicial para cobrar a regularização dos salários.

Segundo o Dr. Marcelo, os médicos são a única categoria que atua no hospital sob regime PJ. Demais profissionais, como técnicos e enfermeiros, são contratados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). No início do mês, houve também atraso nos salários desses trabalhadores, o que gerou protestos. “Fomos notificados e também entramos com ação. Após dois ou três dias, a Santa Casa efetuou os pagamentos”, explicou o sindicalista.

Em nota, o CRM-MS reforçou que está acompanhando o caso de perto. A presidente do Conselho, Dra. Luciene Lovatti, afirmou: “Estamos monitorando a situação com nosso Departamento de Fiscalização e repassando os relatórios para os órgãos competentes, como o Ministério Público e os gestores públicos”.

Para o sindicato, os atrasos são consequência de falhas de gestão dentro da instituição. “A alegação de que não há repasses suficientes não se sustenta. O contrato é com a Santa Casa, que deve honrar seus compromissos. Esse tipo de justificativa é frágil e demonstra desorganização”, completou Dr. Marcelo. A entidade defende que a profissionalização da administração do hospital é fundamental para evitar novos episódios como esse.

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