Campo Grande 00:00:00 Domingo, 09 de Novembro de 2025


Saúde e Bem Estar Domingo, 09 de Novembro de 2025, 10:29 - A | A

Domingo, 09 de Novembro de 2025, 10h:29 - A | A

Cuidados

Neurometria transforma a vida de jovem que enfrentou anos de diagnósticos errados

Tecnologia ajudou a identificar transtornos de personalidade e atenção, devolvendo equilíbrio e esperança a Caroline Silvério e sua família

Elaine Oliveira
Capital News

Acero pessoal

Neurometria transforma a vida de jovem que enfrentou anos de diagnósticos errados

Mãe e filha

Por anos, Caroline Silvério Godoy, hoje com 26 anos, viveu uma verdadeira montanha-russa emocional. Crises de ansiedade, impulsividade, dificuldades nos relacionamentos e uma sensação constante de vazio marcaram sua rotina. Entre diagnósticos equivocados e tratamentos ineficazes, ela se perguntava: “o que há de errado comigo?”

“Cheguei a tomar remédios que não eram adequados para o meu quadro. Era uma luta diária sem respostas. Foi só com a neurometria que descobrimos o que realmente estava acontecendo e a minha vida começou a mudar”, relembra Caroline.

A neurometria é uma tecnologia que mede e analisa a atividade cerebral para auxiliar no diagnóstico e tratamento de distúrbios como ansiedade, depressão e transtorno de personalidade borderline. Com base em dados neurológicos precisos, o método permite que profissionais de saúde compreendam com mais clareza o funcionamento do cérebro de cada paciente.

O exame revelou o que muitos especialistas não haviam identificado: Caroline tem Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O diagnóstico correto e o acompanhamento adequado mudaram o rumo de sua história.

“Depois disso, tudo começou a se encaixar. Concluí a faculdade de Estética, realizei sonhos antigos e hoje vivo de forma mais equilibrada, com meu marido e meus dois filhos. Aprendi a me compreender e, principalmente, a me perdoar”, diz.

A força de uma mãe e o poder da fé

A trajetória de Caroline também é marcada pela persistência e amor de sua mãe, Nelci Silvério da Rosa, de 56 anos, que recorda os primeiros sinais do transtorno ainda na infância.

“Desde pequena, a Carol era diferente. Tinha dificuldade em fazer amigos e sofria para se adaptar na escola. Quando nos mudamos para Campo Grande, tudo piorou. Foram anos de busca por respostas e de muito sofrimento”, lembra Nelci.

O reencontro com a esperança veio por meio de uma amiga enfermeira, que apresentou o trabalho do psicólogo e neurocientista Dr. Jeferson Morel. “Ela me disse: ‘conheço alguém que pode mudar a vida da sua filha’. E foi exatamente o que aconteceu. Com o Dr. Jeferson, a Carol teve o diagnóstico certo e um tratamento que respeitou o jeito dela de ser. Hoje, ela vive em Ponta Porã, com a família, e eu pude, finalmente, viver minha vida em paz. Ele realmente cuidou dela com amor e humanidade”, emociona-se.

Ciência e empatia caminhando juntas

De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), o Transtorno de Personalidade Borderline afeta entre 1% e 3% da população mundial — cerca de 2 milhões de brasileiros. Caracterizado por instabilidade emocional e medo intenso de rejeição, o TPB foi por muito tempo visto como um transtorno “sem cura”.

O Dr. Jeferson Morel explica que os avanços da neurociência vêm derrubando esse estigma. “Cada cérebro é único. A neurometria nos permite enxergar o que está por trás dos sintomas e personalizar o tratamento. Casos como o da Caroline mostram que, quando o diagnóstico é assertivo e o cuidado é humano, a transformação é real”, destaca o especialista.

Um novo começo

Hoje, Caroline encara o futuro com serenidade e esperança. “Antes, eu vivia em guerra comigo mesma. Agora, entendo meus limites e minhas emoções. Aprendi que cuidar da mente é tão importante quanto cuidar do corpo. Foi uma libertação”, conclui.

Entre ciência, empatia e fé, Caroline e Nelci mostraram que é possível recomeçar — e que o acolhimento e o diagnóstico correto podem, sim, salvar vidas.

• • • • • 
• Junte-se à comunidade Capital News!
Acompanhe também nas redes sociais e receba as principais notícias do MS onde estiver.

• • • • • 
• Participe do jornalismo cidadão do Capital News!
Pelo Reportar News, você pode enviar sugestões, fotos, vídeos e reclamações que ajudem a melhorar nossa cidade e nosso estado. 

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS