Atualmente, o calor é responsável por cerca de 1 em cada 100 óbitos na América Latina. Um estudo que avaliou 326 cidades de nove países da região indica que esse índice pode mais que dobrar nas próximas duas décadas, caso o aquecimento global atinja entre 1ºC e 3ºC até 2054.
Segundo os pesquisadores, a taxa atual de mortes relacionadas ao calor é de 0,87%, podendo chegar a 2,06% no cenário mais crítico. “Os idosos e as pessoas em situação de vulnerabilidade social sofrem mais. Quem vive em áreas periféricas, sem acesso a ar-condicionado ou áreas verdes, enfrenta maior risco durante ondas de calor”, explica Nelson Gouveia, professor da USP e coautor do estudo.
No Brasil, os dados foram coletados a partir do Sistema de Informações sobre Mortalidade, DataSUS e IBGE. Assim como em outros países da América Latina, as mortes ligadas a temperaturas extremas devem crescer, especialmente devido ao aumento da população acima de 65 anos, que é mais vulnerável a esses eventos climáticos.
Os especialistas defendem que grande parte dessas mortes pode ser evitada com a implementação de políticas públicas voltadas para a adaptação climática. Entre as medidas recomendadas estão planos de ação para ondas de calor, melhorias urbanas que reduzam a exposição às altas temperaturas e sistemas de alerta para a população mais vulnerável.
O estudo faz parte do projeto Salurbal-Clima, que reúne pesquisadores da América Latina e dos Estados Unidos para analisar os impactos das mudanças climáticas na saúde urbana. O trabalho vai até 2028 e busca fornecer evidências para apoiar ações que protejam as populações das cidades da região.
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