Para marcar o Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Falciforme, celebrado na última quarta-feira (19), o Governo de Mato Grosso do Sul lançou um novo plano de trabalho por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES). A ação visa ampliar o diagnóstico precoce, qualificar a rede de atendimento e garantir acompanhamento especializado nos serviços de referência do SUS. “Estamos fortalecendo a linha de cuidado para garantir mais qualidade de vida aos pacientes”, afirmou a Gerência de Equidade em Saúde.
O levantamento da SES aponta 125 casos registrados da doença só em 2024, com maior incidência em Três Lagoas (28), Bataguassu (18) e Inocência (9). A partir desses dados, foi criado um Grupo de Trabalho interinstitucional, responsável por articular ações que vão do Teste do Pezinho ao atendimento especializado. “O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações desde os primeiros meses de vida”, reforçou a equipe técnica.
Entre os hospitais que integram a rede de referência estão o Regional Rosa Pedrossian, o Universitário Maria Aparecida Pedrossian (HU) e o IPED/APAE. Nesses locais, são realizados exames como eletroforese de hemoglobina, que identifica variantes genéticas da doença, e o Doppler Transcraniano, usado na prevenção de AVC em crianças com diagnóstico confirmado. De janeiro a maio deste ano, foram registrados 18 atendimentos ambulatoriais no Hospital Regional.
O HU acompanha atualmente 66 pacientes com mais de 14 anos, sendo 40 mulheres e 26 homens, enquanto o IPED/APAE segue como referência para diagnóstico inicial. Para combater a desinformação, a SES oferece o curso online gratuito “Doença Falciforme para além do Gene”, com 40 horas de duração. “É uma abordagem biopsicossocial que prepara os profissionais para um atendimento mais humanizado e eficiente”, destacou a coordenação do curso.
Entre 2020 e 2023, o estado contabilizou 12 mortes relacionadas à doença falciforme. Como resposta, o novo plano inclui estratégias como vacinação, uso preventivo de penicilina, controle de infecções e orientação familiar. “Adotamos protocolos clínicos baseados em evidências e na equidade no atendimento”, concluiu a SES. A proposta busca garantir mais saúde e dignidade para pessoas com a doença em todo o estado.
