Há dois meses, a Unidade de Saúde da Família do Bairro Maria Aparecida Pedrossian (USF MAPE), na Capital, implementou um serviço pioneiro no país: o atendimento gratuito em fisioterapia respiratória pediátrica. Essa iniciativa, realizada pelo Grupo "Respira AB" em parceria com o curso de Fisioterapia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e o Núcleo Ampliado de Saúde da Família (Nasf) da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), tem sido fundamental para a recuperação e melhora da qualidade de vida de crianças com doenças respiratórias, sejam elas crônicas ou agudas.
O tratamento, realizado na Atenção Primária, tem como objetivo evitar internações e complicações graves em pacientes com sintomas respiratórios agudos e crônicos. É uma ferramenta importante para a promoção da saúde e prevenção, especialmente considerando o atual surto de casos respiratórios na capital. Os atendimentos acontecem semanalmente às quartas-feiras, sob a supervisão da Professora Doutora Leila Foerster Merey.
A fisioterapia desempenha um papel crucial no tratamento de doenças respiratórias, oferecendo cuidados de qualidade e contribuindo para a melhora dos pacientes. Com a atuação dos fisioterapeutas nesse contexto, é possível garantir um acesso rápido aos serviços de saúde, evitando encaminhamentos para redes especializadas.
Além de tratar os sintomas respiratórios, a fisioterapia também busca fortalecer a capacidade pulmonar, melhorar a ventilação e auxiliar na desobstrução das vias aéreas, contribuindo para a recuperação e prevenção de complicações.
Durante as sessões, os pais e cuidadores também recebem orientações sobre medidas que podem ser adotadas em casa para diminuir o número de crises e a intensidade dos sintomas respiratórios.
Um dos beneficiados pelo grupo é o paciente Victor Hugo Silva, de 7 anos, que já apresentou melhorias significativas em sua condição respiratória após o início do tratamento. Pamela Cristina Victor da Silva, mãe de Victor, relatou que antes do tratamento, seu filho enfrentava muitas dificuldades até mesmo para realizar atividades simples do dia a dia, como correr, jogar futebol e andar de bicicleta.
"Com o acompanhamento que ele passou a ter aqui no grupo, ele teve uma melhora significativa e está podendo levar uma vida com melhor qualidade", disse ela. Victor possui uma doença que afeta seus pulmões e compromete sua capacidade respiratória.
Dados mostram que, de 1º de janeiro a 20 de junho de 2023, foram registrados 1.736 casos de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAGs) em Campo Grande, sendo cerca de 70% desses casos em crianças menores de 9 anos. A maioria desses casos está relacionada ao Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que causa bronquiolite. No mesmo período, foram registrados 384 casos dessa doença.
Desde março deste ano, a USF MAPE tem intensificado os atendimentos em parceria com o curso de Fisioterapia da UFMS. As atividades práticas são supervisionadas por professores do curso, com apoio da equipe da unidade e do Nasf. A expectativa é ampliar o atendimento em fisioterapia respiratória para outras unidades de saúde da rede municipal ainda neste segundo semestre.