Mesmo sendo a cidade mais populosa de Mato Grosso do Sul, Campo Grande se destaca positivamente no enfrentamento ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. A Capital figura atualmente entre os dez municípios com menor incidência das doenças no estado, ocupando a 73ª posição no ranking estadual.
De acordo com o último boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), foram registradas 3.311 notificações de dengue até o dia 19 de julho. O cenário contrasta com outras regiões do país que enfrentaram epidemias da doença em 2024.
Apesar da redução nas notificações, o combate ao mosquito segue ativo, especialmente em bairros classificados com risco muito alto de transmissão, como Cabreúva, Jardim Tarumã, Coophavilla II, Centro, Guanandi, Caiobá, Vila Cruzeiro e Alves Pereira.
“Nessas regiões, as equipes estão reforçando as atividades de extermínio de criadouros. O uso do fumacê é ampliado e as visitas domiciliares são intensificadas”, explica Vagner Ricardo, coordenador de controle de endemias vetoriais da Sesau.
A dengue continua sendo a arbovirose mais incidente em Campo Grande, e por isso permanece como o principal foco de ações da Coordenadoria de Endemias. Embora o número de casos seja considerado baixo, isso não significa que o vírus esteja menos agressivo.
O boletim também confirma o primeiro óbito por dengue em 2024 no município. A vítima, uma mulher de 74 anos, tinha comorbidades que agravaram o quadro clínico.
Baixa adesão à vacinação preocupa
A secretária municipal de Saúde, Rosana Leite, alerta para a baixa cobertura vacinal no público-alvo, mesmo com a vacina já disponível para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.
“O manejo mecânico continua sendo nossa principal ferramenta, mas temos outra arma muito importante: a vacinação. Infelizmente, a procura está bem abaixo do ideal”, afirmou.
A meta estipulada pelo Ministério da Saúde é vacinar 90% do público-alvo. Porém, até o momento, apenas 40% receberam a primeira dose, o que representa cerca de 25 mil aplicações. Desses, apenas 11.250 completaram o esquema vacinal, ou seja, 18% do total estimado de 61 mil pessoas.
A prefeitura reforça a importância da vacinação e lembra que o imunizante está disponível gratuitamente em todas as unidades de saúde da Capital.