O maior santuário ecológico do mundo comemora neste dia 12 de novembro o Dia do Pantanal. Localizado em sua maior parte na região Centro-Oeste do Brasil, o Pantanal compreende uma extensão de mais de 158.592 quilômetros marcados por variadas elevações, como chapadas, serras e maciços, além de grandes rios cortando a planície, todos pertencentes à Bacia do Rio Paraguai.
Em 2000, o Pantanal foi reconhecido pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), como Reserva da Biosfera e Patrimônio Natural da Humanidade, por ser uma das mais exuberantes e diversificadas reservas naturais do planeta. Maior área úmida continental do mundo, o Pantanal ocupa parte dos estados brasileiros do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e estende-se pela Bolívia e Paraguai.
Uma das maiores cidades pantaneiras, Corumbá (MS) é classificada pelo Ministério do Turismo como um dos 65 destinos indutores do turismo brasileiro, e recebe em média 214 mil turistas ao ano. Mas em todos os municípios do Pantanal Sul (Anastácio, Aquidauana, Miranda, Corumbá e Ladário), há infraestrutura turística para atender as mais diversas exigências.
É um paraíso para observadores e fotógrafos de fauna e flora, onde vivem cerca de 263 espécies de peixes, 41 espécies de anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132 espécies de mamíferos, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente. Segundo a Embrapa Pantanal, quase duas mil espécies de plantas já foram identificadas no bioma, classificadas de acordo com seu potencial, e algumas apresentam vigoroso potencial medicinal.
Vista de cima, a paisagem pantaneira se parece com um imenso mosaico, por conta da flora extremamente rica. Afinal, são mais de 1700 espécies de vegetais, entre elas, a Piúva, também conhecida como Ipê-roxo, a Carandá, uma imensa palmeira com folhas em forma de leque, a Tarumã, árvore copada, de flores violetas e que atinge até 20 metros de altura, e a Aroeira, que possui a madeira mais forte do Pantanal.
Há mais de 200 anos, o trabalho com o gado foi introduzido na região como a principal atividade econômica, já que as pastagens naturais e a água levemente salgada são ideais para o animal. Com o passar do tempo, o trabalho com o gado marcou a paisagem, os costumes e a maneira de viver do homem pantaneiro, dando origem a uma cultura regional mesclada com a portuguesa, indígena e paraguaia. Por esse motivo, são comuns as competições de laço, as comitivas de gado, as famosas rodas de conversa entre peões, que se unem para tomar tereré, uma espécie de chimarrão gelado feito de erva-mate.
Em fevereiro de 2015, o Pantanal foi eleito o quarto melhor destino para apreciação de vida selvagem no mundo. A votação, promovida por um dos principais portais de notícias dos Estados Unidos, teve a participação de internautas do mundo todo durante quatro semanas. Mas aos que buscam descanso e contemplação da natureza, esse também é um dos destinos brasileiros mais procurados pelo turismo nacional e internacional.
A data
Com iniciativa do Ministério do Meio Ambiente (MMA), do movimento ambientalista e organizações não-governamentais que atuam no setor, a data foi aprovada em 2008 pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) em homenagem ao ambientalista Francisco Anselmo de Barros, conhecido como Francelmo, que deu a sua vida em prol das questões ambientais. No ano de 2005, o ambientalista ateou fogo ao próprio corpo como forma de protesto durante um movimento ocorrido no centro de Campo Grande (MS), contra a implantação de usinas de álcool e açúcar no planalto da Bacia do Alto Paraguai.
Importância do Pantanal para a humanidade
A localização geográfica do Pantanal é de particular relevância, uma vez que representa o elo entre o Cerrado, no Brasil Central, o Chaco, na Bolívia, e a região Amazônica, ao Norte, identificando-se, aproximadamente, com a bacia do alto Paraguai.
A planície do Paraguai, o Pantanal, na época das cheias (outubro a março), pode ficar recoberta por lençol d’água contínuo de até 25 km de largura. A hidrografia da região do Pantanal é bastante rica em bacias, rios e lagos, onde ocorrem grandes inundações anuais, as chamadas cheias do Pantanal, causadas pelas freqüentes e intensas chuvas características do verão.
O clima na região do Pantanal é seco e semi-úmido, com 1 a 3 meses secos no inverno. A temperatura média anual é de 24ºC e a pluviosidade alcança 1.250 mm anuais. Seu relevo apresenta-se plano, com altitudes inferiores a 200 m.
A fitofisionomia do Pantanal é constituída por um complexo caracterizado por três tipos de formação vegetacional: região típica de cerrado, cerrado gramíneolenhoso (campo) e floresta estacional semidecidual, havendo áreas de contato entre cerrado/floresta estacional. Em sua maior parte, os solos são argilosos, e arenosos nas partes mais altas, podendo ser derivados de rochas calcárias e xistosas nas elevações isoladas, como na Serra da Bodoquena (400 a 650 m de altitude) e no maciço de Urucum.
Bacia hidrográfica do Paraguai
Esta bacia é constituída de patamares, depressões e depressões interpatamares, esculpidos em rochas do pré-cambriano e parte em litologias paleozóicas e mezosóicas, tendo ainda uma grande área de sedimentos holocênicos e pleistocênicos, representada pelas Regiões Chaquenha e Pantaneira – estas duas últimas formando o Pantanal Mato-Grossense.
A rede hidrográfica tem uma potencialidade natural diversificada, destacando-se, além do próprio Paraguai, os rios Piquiri ou Itiquira, Taquari, Coxim, Aquidauana, Miranda, Negro e Apa.
Nas atividades de navegação, sobressai-se o rio Paraguai – rio de Planície apresenta condições de navegabilidade em cerca de 90% do seu curso. (Secom/MS)