Pela primeira vez no mundo, o vírus Influenza A, causador da gripe em humanos, foi identificado em tamanduás-bandeira de vida livre no Pantanal. A descoberta inédita, divulgada nesta terça-feira (13) pelo Instituto Tamanduá, levanta preocupações sobre a saúde da espécie e os efeitos do avanço humano sobre o meio ambiente.
O diagnóstico foi feito durante estudos do Projeto Órfãos do Pantanal, conduzidos pela mestranda Isabella Amaral, da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), sob orientação da médica-veterinária Flávia Miranda, presidente do Instituto Tamanduá.
Segundo os pesquisadores, a presença do vírus em uma espécie silvestre como o tamanduá é extremamente incomum. “O estudo acende mais um alerta sobre a saúde da espécie e sua suscetibilidade ao estresse causado por ambientes alterados ou pelo contato direto com humanos”, destaca o Instituto Tamanduá em nota.
Os exames laboratoriais confirmaram a presença do subtipo H3N2, o mesmo que circula atualmente entre humanos. Apesar disso, os animais testados não apresentaram sintomas clínicos. Ainda assim, os cientistas reforçam a importância de se monitorar essas ocorrências, já que o vírus Influenza é altamente mutável e pode afetar diversas espécies.
A pesquisa também relaciona o aumento do risco de transmissão de doenças a fatores como desmatamento, queimadas, urbanização e a crescente proximidade entre animais silvestres e ambientes modificados pelo ser humano. “Esse tipo de interação favorece o surgimento de zoonoses e impacta diretamente a saúde da fauna nativa”, alertam os especialistas.
O achado reforça a necessidade de ampliar a vigilância epidemiológica da fauna silvestre e evidencia o papel da ciência na prevenção de riscos futuros, especialmente em regiões ambientalmente sensíveis como o Pantanal, maior planície alagada do planeta.
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