A criação de uma delegacia da Polícia Federal em Porto Murtinho ganhou força após estudos técnicos que apontam a necessidade de uma presença mais robusta na região. Segundo o superintendente Carlos Henrique Cotta D’Ângelo, “não dá para ter apenas um posto; será preciso uma delegacia completa, com efetivo fixo e atuação tanto na área judiciária quanto migratória”. A nova estrutura ficará dentro do complexo aduaneiro previsto para a Rota Bioceânica.
O avanço da obra da ponte entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta, com entrega prevista para 2026, reforça a urgência dessa preparação. D’Ângelo destacou que “o Ministério da Justiça afirma que estamos prontos para esse desafio”, lembrando que o acesso viário ainda precisa ser concluído no Brasil e no Paraguai. A expectativa é que todas as instalações estejam finalizadas até 2028.
Outro ponto que pressiona a criação da delegacia é o risco de que o corredor internacional se torne rota de tráfico de armas e drogas. “Tudo que é bom também atrai o ruim”, alertou o superintendente, destacando a necessidade de uma fiscalização rigorosa diante do aumento previsto no fluxo migratório e de cargas entre os oceanos Atlântico e Pacífico.
A Rota Bioceânica, que começa em Porto Murtinho e segue por Paraguai, Argentina e Chile, promete reduzir em até 17 dias o transporte de mercadorias brasileiras para a Ásia. Com esse movimento logístico sem precedentes, a PF prevê intensificação do controle fronteiriço: “Estamos preparados para atuar assim que o tráfego realmente começar, entre o fim de 2027 e o início de 2028”.
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