A greve do transporte coletivo em Campo Grande, que completa três dias em 17 de dezembro de 2025, deixou cerca de 100 mil passageiros sem ônibus por dia. Mais de 200 motoristas decidiram cruzar os braços, cobrando o pagamento integral de salários atrasados e outros direitos. Diferente de 1994, quando todos os ônibus tinham cobrador e o passe era em moeda, hoje o pagamento é eletrônico e a média de passageiros caiu de 300 mil para 100 mil por dia.
Em 1994, a paralisação pegou a população de surpresa, causando filas duplas e congestionamentos de até três quilômetros no Centro. Na época, três empresas operavam o transporte coletivo; atualmente, o serviço é prestado pelo Consórcio Guaicurus, formado por quatro empresas após licitação em 2012. O clima de tensão se repetia, com discussões entre sindicato e comando da Polícia Militar, que reforçou o policiamento da cidade.
Mauro Cardoso Amaral relembrou a situação daquele período: "Eu estava no exército nessa época. Nesse dia tinha jogo da seleção brasileira pela Copa do Mundo. Vim a pé da Duque de Caxias até o Nova Lima para não perder o jogo."
A greve também impactou escolas e professores. Roberto Luiz de Souza comentou: "Eu lembro, nessa época não tivemos aula porque os professores dependiam de ônibus."
Além disso, a paralisação marcou mudanças importantes no transporte coletivo. Francisco De Assis Leite afirmou: "Essa marcou conquista no transporte da capital. Por exemplo, acabou a carga horária famosa 2 por 1 e começou-se a trabalhar às 7h20. Essa eu estava lá, conquista que já não existe mais."
A estrutura do transporte também mudou: a função de cobrador foi extinta em 2009 com a adoção do cartão eletrônico, e o passe estudantil, criado pelo ex-prefeito Juvêncio César da Fonseca, permanece como benefício social. Para conter a greve atual, o Consórcio Guaicurus efetuou pagamento parcial dos salários atrasados, e o TRT/MS determinou que 70% dos trabalhadores retornassem às atividades, aplicando multa diária de R$ 200 mil. Mesmo com avanços tecnológicos e redução do número de passageiros, a paralisação mostra que o transporte coletivo ainda enfrenta desafios que impactam milhares de pessoas na capital sul-mato-grossense.
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