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Cotidiano Quarta-feira, 31 de Outubro de 2012, 16:42 - A | A

Quarta-feira, 31 de Outubro de 2012, 16h:42 - A | A

Dois anos depois: pai e namorado de Jéssica Brandão, vítima de overdose, são absolvidos

Fernanda Kintschner - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Foram absolvidos em julgamento nesta quarta-feira (31), Adriano Costa e Silva e Moraci Pereira Brandão, namorado e pai, respectivamente, de Jéssica Lima Brandão que morreu em 2010 vítima de overdose, com 17 anos . Os dois foram acusados de homicídio culposo – quando não há intenção de matar -, tráfico de drogas, associação ao tráfico e omissão de socorro.

Em entrevista ao Capital News, o advogado de Adriano, dr. José Roberto Rodrigues da Rosa, disse que o juiz acatou a tese “de que não foi homicídio, pois foi escolha da própria vítima consumir drogas. Também ficou provado que o namorado tentou fazer reanimação em Jéssica e só se evadiu do local após ter a certeza de que ela estava morta, portanto não houve omissão. Eles consumiram drogas juntos, então isso não seria tráfico. A morte foi consequência de um uso exagerado, fatal ao corpo da vítima”, explicou o advogado.

O juiz Deyvis Ecco os absolveu e Adriano já está em liberdade. Segundo o advogado do namorado, o Ministério Público recorreu da decisão alegando que houve sim omissão e negligência por parte dos acusados.

Entenda o caso

A garota morreu em 25 de abril 2010. Assinada pelo perito Alcindo Queiroz Júnior, a documentação aponta como causa asfixia fisioquímica associada a intoxicação e isquemia de rim, causados pela falta de oxigenação provocada pela grande quantidade de droga consumida de uma única vez. Na casa da garota, a polícia encontrou 68 gramas de cocaína, quantidade que demonstra que o local servia como boca-de-fumo.

Segundo delegado Wellington de Oliveira, que investigou o caso e à época falou com a equipe do Capital News, “68 gramas de cocaína é muita coisa para um usuário. Para se ter uma ideia, uma sache de adoçante pesa em média 0,8 gramas, uma trouxinha da droga em média é um pouco mais pesada, fica em 1 grama. A literatura diz que 1,2 gramas já é suficiente para causar overdose. Então, 68 gramas poderiam matar muita gente”, contou o delegado.

O pai já havia confirmado em depoimento à polícia que sabia que a filha usava drogas há pelo menos seis meses antes de sua morte.

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