O Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados (Simted/Dourados) deliberou pela greve dos servidores a partir de segunda-feira (19). A categoria quer aumento de salário maior que a contraproposta da Prefeitura e no recurso enviado ao setor de Educação da segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul (distante 228 quilômetros ao sul de Campo Grande).
Para a Prefeitura, as reclamações e indicativo de paralisação são indicativos de tendências político-partidárias (confira nas matérias relacionadas).
A decisão da entidade foi após assembléia geral e anunciada na segunda. Ainda na tarde desta terça-feira (13), o Simted/Dourados apresentou uma carta em resposta às afirmações da assessoria de imprensa da Prefeitura que o acusa de ato político/partidário.
Também via nota, a Prefeitura afirmara: “O sindicato que incita os professores da Rede Municipal de Ensino a fazer greve por melhores salários é o mesmo que no governo municipal anterior liderou um movimento para pedir redução desses mesmos salários, sob a alegação de que a administração passada enfrentava dificuldades financeiras. (...) ‘O sindicato que agora cobra um reajuste de 40% para os professores é o mesmo que em 2001 foi até a Câmara de Vereadores e propôs uma redução de R$ 50 no salário desses profissionais, alegando que a administração que se iniciava naquele ano estava com dificuldades. Isso deixa claro que trata-se de um movimento político, pois não existe a mínima condição de repor em um ano toda a defasagem salarial que se acumulou durante oito anos’, afirmou a secretária municipal de Educação, Marlene Vasconcelos.”
Já o Simted/Dourados afirma que as palavras da secretária são “lamentáveis”. A entidade ainda expõe que “ao tentar se eximir da responsabilidade de negociar com a categoria alegando motivos políticos para a greve, a secretária menospreza a força da assembleia geral dos educadores que são organizados, têm autonomia, votam e decidem dentro do sindicato”.
Conforme o sindicato, são 19 pessoas na diretoria e alguns possuem sim vínculo político. Mas, “filiação partidária é uma opção de todo cidadão e de toda cidadã”, diz o presidente José Carlos Brumatti.
Confira a integra da nota
“’Secretária foi infeliz em seu comentário’, diz Brumatti
O presidente do Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação – Simted de Dourados, José Carlos Brumatti, se limitou a comentar como lamentável as palavras da Secretária de Educação Municipal, Marlene Vasconcelos, que acusou o sindicato de incitar os educadores da cidade a entrarem em greve.
Segundo ele, as palavras da secretária só mostram o desespero de quem tenta se desvincular de um problema jogando a culpa nos outros.
Ele disse que na diretoria do Sindicato são 19 diretores, dos quais, alguns têm filiação partidária, inclusive no próprio partido do prefeito Ari Artuzi assim como ela que, além disso, é também filiada ao Simted. ‘Filiação partidária é uma opção de todo cidadão e de toda cidadã’, disse ele.
‘Ao tentar se eximir da responsabilidade de negociar com a categoria alegando motivos políticos para a greve, a secretária menospreza a força da Assembléia Geral dos educadores que são organizados, têm autonomia, votam e decidem dentro do sindicato.’
‘Talvez ela mesma pudesse lembrar-se dos tempos em que devia participar das assembléias, não teria dito tais palavras, que acredito eu, foram ditas sem pensar em um momento de tensão’, disse Brumatti.
Para entender
No sindicato todos os professores e servidores administrativos das escolas e Centros de Educação Infantis Municipais – Ceims que são filiados ao Simted podem fazer uso da palavra e votar durante a Assembléia.
Quando um assunto é colocado em pauta para votação, os presentes fazem uso de seus crachás e os votos são computados. Vence o voto da maioria, que no caso da greve optou por cruzar os braços já na segunda-feira. ‘A votação é transparente, qualquer pessoa pode acompanhar, por isso, nós da diretoria ficamos surpresos quando a prefeitura inventou essa história de incitar os educadores’.
‘Eles mesmos decretaram a greve quando a prefeitura não apresentou uma proposta convincente’, explica Brumatti.
Brumatti comentou ainda que a secretária deve estar muito mal assessorada, uma vez que ao tentar relembrar um episódio de 2001, primeiro ano do governo de Laerte Tetila, em que os educadores,em Assembléia decidiram por aceitar o reajuste oferecido pelo Município e pela não paralisação nos estabelecimentos de ensino fez uma comparação infeliz. Naquela oportunidade, o Plano de Cargos, Carreiras e remunerações - PCCR que havia sido aprovado no final do mandato do prefeito anterior, tinha ilegalidade e a administração do novo prefeito estava determinada a derrubar na justiça um trabalho que tinha sido elaborado ao longo de vários meses.
‘Fizemos algo semelhante no ano passado com o prefeito Ari Artuzi. Sabemos que o primeiro ano dos governos é de transição e a máquina pública ainda está se ajustando. Mas, parece que essa administração tem memória curta e esqueceu-se disso. Já estamos no segundo ano e esperávamos um debate mais alto nível, sem tentativas de se esquivar da responsabilidade. Pode ser um problema de má assessoria também’, diz o presidente.
Reivindicações
Os educadores querem 40,63% de reajuste para professores com licenciatura plena e 44,24% para professores com magistério, o que passaria a ser equivalente com o salário dos professores da rede estadual, mas a prefeitura ofereceu apenas 6% a partir de 1° de abril.
Além disso, os trabalhadores em educação lutam também pelo aumento do tempo da hora atividade para os professores; pela elaboração da carreira dos servidores administrativos; pela redução da jornada desses trabalhadores para 30h/semana; por uma política salarial a médio e a longo prazo; pela continuidade das eleições para diretores e pelo aumento de repasses financeiros para a educação dos atuais 25% para 30%, no mínimo.
Fonte: Assessoria Simted”
Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)
Veja também:
13/04/2010 - 13:22
Sindicato aponta supostas irregularidades em Ceims de Dourados
13/04/2010 - 13:01
Confira nota da Prefeitura de Dourados sobre greve dos professores
13/04/2010 - 12:47
Professores de Dourados confirmam indicativo de greve e Prefeitura diz que ato tem interesses partidários
12/04/2010 - 18:39
Professores de Dourados ameaçam fazer greve a partir do dia 19