Revoltados com a atitude da prefeitura de Campo Grande em demolir a pista de bicicross localizada no Horto Florestal para receber os “dogueiros” da avenida Afonso Pena, o atleta Jacinto Ferreira Neto, de 25 anos, responsável pela pista que destruíram, e demais apoiadores à causa, participam na manhã desta quinta-feira (11) de um manifesto na avenida Fernando Corrêa da Costa, na Capital, com o objetivo de pedir uma explicação para tal atitude.
“Não fomos informados da destruição. Há uma semana pedi a liberação para reformar a pista. Estou com o documento em mãos autorizado pela Fundação Municipal de Cultura (Fundac)”, diz Neto. A pista, que existe desde 1985, começou a ser destruída na manhã de ontem.
“Pedimos que dêem mais valor ao nosso esporte e que se for tirar mesmo a pista dalí que construam uma outra, do mesmo nível, em outro lugar”, desabafa o profissional do esporte que está em primeiro lugar no ranking nacional e em quarto no nacional.
“Eu preciso de uma pista profissional daquele nível para encarar as competições. Existe outra pista em Campo Grande mas que não tem como treinar pois o espaço físico e a estrutura não comportam uma reforma”, alega ele.
O presidente da Fundação Municipal do Esporte, Carlos Alberto Assis, diz que a pista está condenada e inutilizada há muitos anos. “Até onde eu sei a pista está condenada em função dos riscos que ela oferece pela quantidade de árvores. Os garotos saiam da pista e batiam nas árvores.”, defende Assis.
Ele ressalta ainda que os campeonatos estavam sendo realizados em outra pista localizada no Bairro Santa Eugenio. “Eu acredito que faz em torno de oito anos que não tem competição na pista do Horto. As últimas competições no Estado foram realizadas em Sidrolândia e no Santa Eugenio”, informa Assis.
O presidente da Federação de Bicicross de Mato Grosso do Sul, Marcos Ortega, informa que os pilotos utilizavam sim a pista para treino assim como realizava algumas competições no local. “Sempre que pedíamos ajuda para a prefeitura a resposta era que tinham outras prioridades na cidade”, destaca ele.
“A federação foi pega de surpresa com essa atitude impensável do prefeito. Quando a pista foi construída disseram que não podiam tirar uma árvore do lugar”, diz o presidente ao informar que vai entrar com uma ação contra a prefeitura.
“Em quase 30 anos de história nunca ouve nenhum acidente grave que pudesse zelar o nome de algum atleta ou da Federação. A Federação vai entrar com uma ação contra a prefeitura. A pista era patrimônio histórico de Campo Grande”, desabafa Ortega ao ressaltar que em momento algum a prefeitura convidou a Federação para uma conversa. “Isso que nos deixou chateado. Nosso objetivo era revitalizar a pista aos pouco”.
Em Mato Grosso do Sul o número de atletas filiados à Federação é de 450. Em Campo Grande os atletas filiados somam 195.
