O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) virou notícia na imprensa de Israel nesta semana por, em campanha contra a nomeação de Dani Dayan pelo governo israelense como embaixador no Brasil, de comparar o líder colono a um comandante nazista. "Seria como a Alemanha o envio para o Brasil um ex-comandante do campo de concentração como um embaixador, como o Chile o envio para o Brasil um embaixador que é um guarda da prisão da ditadura, ou a África do Sul o envio de um torturador prisão do regime do apartheid", diz o parlamentar sul-mato-grossense descendente de libaneses em matéria divulgada ontem pelo site YnetNews (acesse aqui) de Israel.
O empresário argentino naturalizado israelense Dani Dayan, de 59 anos, considerado um dos maiores defensores das colônias israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental e opositor à criação de um Estado palestino ao lado de Israel, foi indicado neste ano para a embaixada no Brasil pelo primeiro-ministro Binyamin Netanyahu. Dayan vai substituir o diplomata, poeta e historiador Reda Mansour, após este ficar apenas dez meses no cargo. A nomeação de Dayan surpreendeu não só por causa da volta prematura do atual embaixador, mas pelo fato de o próximo representante ser ativista em prol dos assentamentos israelenses em territórios palestinos, considerados ilegais pelo Brasil e pela comunidade internacional como um todo.
Há um ano, no auge do mais recente conflito entre Israel e o grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, o Itamaraty chamou de volta a Brasília, para consultas, e embaixador do Brasil em Tel Aviv. Em resposta, o então assessor de imprensa da chancelaria israelense, Yigal Palmor, classificou o Brasil de "anão diplomático". "Não podemos aceitar esta provocação, não podemos aceitar isso. O Brasil precisa responder a isso. Israel quer humilhar Brasil, desta forma, 'o anão diplomático', como foi chamado no passado", disse Marun.
"Não tenho nada contra a existência do Estado de Israel, cujas fronteiras já são reconhecidas e ocupam 85 por cento da Palestina. Esses colonos são agentes do sionismo que o mundo não pode aceitar que eles são ladrões de terras dos outros, o que é um insulto para o Brasil, um insulto ao governo, e um insulto a milhões de brasileiros, cujas origens, como a minha, são do mundo árabe", acrescentou o deputado.
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