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Polícia Quinta-feira, 29 de Outubro de 2009, 10:23 - A | A

Quinta-feira, 29 de Outubro de 2009, 10h:23 - A | A

Polícia fecha frigorífico que vendia carne vencida para presos em MS

Jefferson Gonçalves - Capital News (www.capitalnews.com.br)

A Polícia Civil de São Paulo fechou ontem um frigorífico que armazenava mais de 30 toneladas de carne com validade vencida ou prestes a vencer. O alimento era reembalado com datas de validade falsas e vendido para hospitais, creches, escolas e penitenciárias de São Paulo e mais dois Estados, entre eles Mato Grosso do Sul.

"Os clientes são, na maioria, prefeituras, hospitais, penitenciárias e algumas empresas privadas", disse o delegado Anderson Pires Giampaoli, da 2ª Delegacia de Saúde Pública do DPPC (Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania). Segundo ele, a polícia acredita que o grupo, cujo dono é o empresário Eduardo Antônio Gouveia dos Santos, 57 anos, usava pelo menos quatro razões sociais, entre elas, frigorífico Gouveia Santos, para participar de diferentes tipos de licitação.

Segundo levantamento preliminar da polícia, entre os clientes estavam mais de 20 prefeituras de São Paulo e de Minas Gerais - que usavam os alimentos para fazer merenda escolar e comida de hospital.

Também recebiam carne a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária, que abastecia pelo menos dez penitenciárias e o Hospital do Servidor Público Municipal. A Secretaria da Segurança Pública do Mato Grosso do Sul também era cliente.

De acordo com reportagem do jornal Agora São Paulo, no local havia carne bovina, suína, de peixe e embutidos em cinco câmaras frias repletas de sujeira e bolor. Havia alimentos armazenados sem refrigeração em corredores. Segundo a polícia, as empresas dele conseguiam vencer as licitações porque compravam carne prestes a vencer de outros frigoríficos por preços muito mais baixos que os de mercado.

A carne então era descongelada e recebia novas embalagens e etiquetas com carimbos federais e datas de vencimento futuras. Depois, ela era reembalada e congelada.

A reportagem encontrou no frigorífico peças de carne com validade vencida há um ano e meio que haviam recebido novo prazo de validade datado de janeiro de 2010.

Resposta

O frigorífico funcionava no mesmo local havia sete meses e começou a ser investigado pelo DPPC há um mês e meio, depois de uma denúncia.

O grupo de empresas já havia sido autuado pelo menos quatro vezes pela Vigilância Sanitária, segundo a polícia, e por isso sempre mudava de lugar. A gerente Sandra Suguiura Cardoso, 52 anos, foi presa em flagrante por falsificação de documentos, por crime contra relações de consumo e por corromper gêneros alimentícios, segundo o delegado. O dono do local não foi encontrado. Procurado, o advogado dos dois suspeitos, Carlos Brito Silva, não quis falar sobre o caso com a imprensa. (Com informações jornal Agora São Paulo)
 

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