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ENTREVISTA Segunda-feira, 29 de Setembro de 2008, 07:02 - A | A

Segunda-feira, 29 de Setembro de 2008, 07h:02 - A | A

Exclusivo: Henrique Martini é o quinto e último candidato à prefeitura entrevistado pelo Capital News

Lucia Morel e Jefferson Gonçalves - Capital News (www.capitalnews.com.br)

A quinta e última entrevista do site Capital News com os candidatos a prefeito de Campo Grande é com o candidato do PSOL, Henrique Martini, que é natural de Sidrolândia (MS) e atua como funcionário público federal. Martini elenca suas propostas para áreas de grande importância como saúde, transporte e moradia. O candidato defende ainda uma administração que priorize a classe trabalhadora e defenda os menos favorecidos.

Martini destaca que pretende, caso seja eleito, a construção de um hospital público municipal para acabar com o problema de falta de leitos e ainda diz que pretende parcerias para os atendimentos em Campo Grande.

O candidato prevê também a construção de corredores de ônibus para agilizar o transporte da Capital e a criação de uma empresa pública de transporte coletivo, “para baratear a preço da passagem e atender a demanda que exige nossa capital, além, de dar assistência aos bairros mais afastados do centro da cidade, que hoje estão sofrendo com a falta de transporte”, comenta.

Quanto a geração de emprego e renda, Martini defende uma auditoria nas contas municipais para que seja analisada a necessidade do pagamento das dívidas e diz que vai reduzir o ISS de 5% para 3%, aderir ao Supersimples e promover uma reforma tributária para fortalecer as empresas.

Além disso, o candidato ainda afirma que deseja reduzir o déficit habitacional promovendo o IPTU progressivo e a ocupação dos imóveis vazios na nossa Capital.

Confira a seguir a entrevista na íntegra:


Capital News: Por que o Senhor quer ser candidato da nossa capital do MS?
Henrique Martini:
Para fazer o resgate, tendo o PSOL como instrumento, do projeto que foi abortado pelo PT e suas administrações desastrosas para a classe trabalhadora e os excluídos. Vamos levantar novamente a bandeira da luta pela reforma agrária, pela suspensão do pagamento da dívida com auditoria, pela saúde e educação pública de qualidade, pela dignidade para quem constrói o país e nossas riquezas. Vamos recomeçar a luta por uma nova esperança, pelas reivindicações imediatas e históricas da classe trabalhadora e para reconstruir e unificar a base tríplice para as conquistas e transformações em favor dos de baixo: estudantes, trabalhadores da cidade e do campo. Queremos uma Campo Grande com dignidade para quem constrói a cidade.

Capital News: Na sua visão Candidato, quais os três maiores problemas de nossa capital.  Qual a sua proposta para melhorar essas áreas?
Henrique Martini:
Difícil dizer quais são os três maiores problemas, mas, segundo a reivindicação da população, os três maiores problemas de Campo Grande são: Saúde, Transporte coletivo e Segurança pública. Devido a grave crise no serviço público de saúde que está virando rotina no Brasil, notadamente em nossa capital e com o objetivo de inverter prioridades aplicando integralmente os recursos do orçamento destinados à saúde, o PSOL na prefeitura vai construir um hospital municipal para solucionar o problema crônico de falta de leitos, de estrutura física e humana para atender dignamente a população da nossa cidade na área preventiva e curativa. Assim, seu objetivo de atender melhor a comunidade campo-grandense, principalmente, a classe mais carente e que não tem condições de pagar um plano de saúde ficando a mercê dos descasos dos governantes. A necessidade da construção do hospital público municipal fica mais patente ainda quando nos deparamos com o quadro de leitos para internação nos hospitais em Campo Grande, desnudando a forma privatizante e elitista da gestão da saúde em Campo Grande, o que acompanha a lógica estadual e nacional. E para a implementação desse projeto, temos cinco princípios norteadores: A universalidade dos serviços de saúde, preventivo ou curativo, individual ou coletivo e independente do nível de complexidade do atendimento; Equidade no atendimento; Excelência no atendimento; Integralidade da assistência e Participação popular.
No transporte coletivo, o PSOL irá criar a empresa municipal de transporte coletivo, para baratear a preço da passagem e atender a demanda que exige nossa capital, além, de dar assistência aos bairros mais afastados do centro da cidade, que hoje estão sofrendo com a falta de transporte. O PSOL apresenta, também, como complemento para a solução dos problemas no setor do transporte coletivo, o fortalecimento e qualificação do transporte público; Ampliação dos corredores exclusivos para ônibus; Melhorar a estrutura de pontos e terminais de ônibus; Modernização da frota de ônibus promovendo a acessibilidade; criação da frota verde e subsídio da tarifa de ônibus, além disso, criar políticas de transporte alternativo, como metrô de superfície. Esta alternativa deve ser encarada com seriedade e prioridade pela prefeitura do PSOL, como matriz de mobilidade para a nossa população.
E na segurança pública, o PSOL entende que este tema deve ser necessariamente discutido e encaminhado em conjunto com o tema direitos humanos. Propomos que a Guarda Civil Municipal não seja militarizada, mas, que seja promotora da segurança, enfocando sua atuação na área da prevenção da violência e promoção da segurança, atuando como agentes comunitários e preventivos. Com o PSOL na prefeitura, a Guarda Municipal Metropolitana não terá poder de polícia e deverá ser consolidada como defensora do patrimônio público, organizadora do trânsito e orientadora da cidadania. Como princípios norteadores do projeto do PSOL serão adotados: Plano de carreira da GCM; Conselho Municipal de Segurança; Conselho Municipal de Direitos Humanos; Fortalecimento da participação popular nos conselhos municipais temáticos e Equipe de Cidadania. E se é este o querer de toda sociedade campo-grandense, isso moverá o PSOL na condução de sua prática e de sua política classista e socialista de modelo de sociedade, particularmente para a segurança pública e os direitos humanos.

Capital News: Quantos vereadores a sua chapa/coligação pretende eleger?
Henrique Martini:
Trabalhamos para divulgar o Partido, consolidando-o como um verdadeiro e sério campo de oposição de esquerda em nossa cidade e no estado, colocando nossa militância na luta com muita disposição para eleger um vereador.

Capital News: Um dos maiores problemas no Brasil está relacionado com a falta de emprego. Como se pretende gerar empregos aqui na capital?
Henrique Martini:
O programa de governo do PSOL contempla um amplo leque de projetos e propostas que visam atender as principais necessidades da sociedade campo-grandense. Com a implantação desses projetos e propostas, a geração de empregos será conseqüente e imediata. Citamos alguns exemplos: Reforma tributária e fiscal. O PSOL fará adesão ao super simples, transformando oito tipos de imposto em um só e redução do ISS de 5% para 3%, reduzindo drasticamente, a carga tributária que hoje recai sobre as pequenas e micro empresas. Isso promoverá a migração das empresas que atuam na informalidade para a formalidade. Conseqüentemente, irá gerar mais empregos formais, arrecadação municipal e contribuição para a previdência social assegurando os direitos dos trabalhadores. Na educação o PSOL propõe a melhoria das condições de trabalho dos docentes; Gestões democráticas e participativas nas eleições para diretores de escolas, descentralização de salas de aula, retomada dos 30% para educação, contratação de mais professores através de concurso público, ampliação da rede de educação infantil, entre outros, devolvendo assim, dignidade aos profissionais da educação.

Capital News: Na área habitacional, o senhor teria projeto para construção de casa própria para os menos favorecidos?
Henrique Martini
: O problema de moradia no Brasil traduz-se sem dúvida, em um dos resultados da “modernização” e da “industrialização” que produziram acelerada inversão da população brasileira, de quase totalmente rural para hegemonicamente urbana. Todavia, a falta de moradia não é apenas resultado do crescimento acelerado e “sem planejamento”. É também fruto de um modo de produção excludente e irracional. Ou seja, o déficit habitacional não resulta da falta de moradias, mas da falta de acesso a imóveis sem ocupação efetiva. Importante ressaltar que os imóveis vazios não estão em locais onde falta gente para morar. Só no Estado de Mato Grosso Sul há um déficit habitacional de 80 mil casas. A atual administração aplica os recursos públicos na construção de mais imóveis para “aquecer” a economia, em especial o “setor imobiliário”, mas sem nenhum objetivo estratégico para acabar com o déficit habitacional. Nesse contexto, o PSOL propõe a aplicação do IPTU progressivo nas cidades e a utilização compulsória dos imóveis vazios, destinando-os à moradia popular, baixando a média geral dos aluguéis e deflacionando o setor imobiliário, além da construção de novas casas onde uma família possa se instalar com dignidade, sem parecer que se habita em um banheiro, como mostra os modelos atuais de moradias destinadas a população carente.

Capital News: Sua mensagem final para o eleitor campo-grandense.
Henrique Martini:
O PSOL sendo partido novo, fruto da reorganização política da classe trabalhadora, é um partido renovado em suas energias, composto de militantes que não capitulam diante das benesses e privilégios do poder. A juventude é a parte mais vibrante do partido, assim como as mulheres, negros, índios, deficientes e homossexuais. O PSOL vem para resgatar o programa político e as reivindicações históricas e imediatas da classe trabalhadora e excluída, sendo hoje, a única alternativa realmente de esquerda para a sociedade campo-grandense e que oferece a oportunidade de mudança no sistema de administração dos interesses sociais. E os compromissos assumidos pelo PSOL são a expressão da natureza do Partido e são indissociáveis. O PSOL pretende ser uma alternativa real de oposição de esquerda em Mato Grosso do Sul e no País, colocando toda sua energia militante para a construção desse projeto. E apresentamos nosso agradecimento, carinho e respeito a toda classe trabalhadora e cidadãos campo-grandenses pela sua dedicação, perseverança e respeito pelo nosso trabalho. Enfim, a todos nosso muito obrigado pela confiança.

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