Centenas de pessoas aguardaram na manhã desta quarta-feira (12), em uma fila formada em frente à Câmara Municipal para conseguir uma das 364 senhas distribuídas para acompanhar a sessão de julgamento que acontece neste momento e pode cassar o prefeito Alcides Bernal (PP), em Campo Grande. A equipe do Capital News fez uma enquete mais cedo, para saber a opinião deles sobre o caso que se arrasta desde a conclusão do relatório da CPI do Calote, que serviu de base para a criação da Comissão Processante em 2013.
Para o estudante de Biologia, Wilson Osmar, de 26 anos, acredita que o chefe do Executivo não conseguirá se livrar da cassação. “Ele não soube trabalhar em conjunto. Foi eleito com a ajuda dos votos de dois vereadores e não soube criar e fazer um governo de coalizão. Para mim, a única maneira dele escapar será por meio de vias judiciais, porque na política, acho muito difícil”.
Já para o funcionário público federal que chegou por volta das 7 horas da manhã e pediu para ser identificado por “Antônio”, de 52 anos, iniciou a conversa dizendo que os vereadores têm que respeitar o voto do povo. "Se erramos, eles [os vereadores] têm que respeitar a população”. E questionou, “se na Câmara Municipal pode ficar cinco vereadores cassados, porque o prefeito de Campo Grande não pode ficar? Hoje, estou apoiando Campo Grande, mas é uma vergonha o que está acontecendo aqui. Mas não acredito que o prefeito deva ser cassado hoje”.
As estudantes Amanda Alves e Maykelly da Costa, ambas com 17 anos, disseram que estão acompanhando toda a movimentação sobre o caso. Para Amanda que no momento da abordagem da reportagem se refrescava tomando tereré, afirmou ser pró-Bernal. “Acho injusto o que estão fazendo com o prefeito, ele foi eleito pelo povo e sou contra a cassação”. Já Maykelly acredita ser difícil o prefeito se livrar da cassação. “Para mim ele sai. No início achei que ele fosse faze alguma coisa, mas ele não fez nada. Acho difícil ele evitar a cassação”.
Para Deusdete Roberto de Lima disse estar confiante na vitória do prefeito, o senhor de 63 anos, afirmou que chegou à Câmara por volta das 19 horas da terça-feira para conseguir uma senha e poder acompanhar o julgamento. A única reclamação foi o fato de dormirem na rua embaixo da chuva. “O vereador mandou que a gente saísse da varanda e fosse para a rua mesmo com aquela chuva. Improvisamos uma lona e dormimos ali mesmo”.
“Quero que ele fique e estou na esperança que não seja cassado”, afirmou a turismóloga Clara Pereira, de 33 anos. “Tudo o que está acontecendo é uma falta de respeito com a população. Isso é coisa de quem ficou 20 anos no poder. O que custa dar a oportunidade do prefeito governar”, finaliza a jovem.
