Sete pessoas envolvidas na morte do policial Dirceu Rodrigues dos Santos, ocorrida no dia 28 de janeiro deste ano, já foram encaminhadas para o Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande. Na manhã desta segunda-feira (10), durante coletiva na Delegacia Geral da Polícia Civil, um dos delegados responsáveis pela investigação apontou que Alexandre Gonçalves da Rocha, 21, foi o autor dos três disparos que mataram Dirceu.
Alexandre responderá pelos crimes de homicídio qualificado, lesão corporal dolosa contra o outro policial Osmar Ferreira, que ficou inconsciente depois de ser imobilizado com um 'mata leão', além de receptação dolosa, furto e resistência. Além desses crimes ele pode ser indiciado também por corrupção de menores, já que um adolescente de 15 anos também participou do crime e foi encaminhado para a Unidade Educacional de Internação (UNEI), do Jardim Los Angeles. Alexandre pode pegar até 30 anos de prisão.
Alexsandro Gonçalves da Rocha, 19, a travesti Lexia, foi indiciado por homicídio qualificado, e também lesão corporal dolosa. A mãe de Alexandre e Alexsandro, Lúcia Helena Barbosa Gonçalves foi encaminhada para o Presídio Feminino de Campo Grande. Outro envolvido, Giovani de Oliveira Andrade, 18 anos, responderá por porte ilegal de arma, receptação dolosa, resistência e favorecimento pessoal. Giovani recebeu uma das armas utilizadas por Alexandre para matar o policial Dirceu.
Depois de esconder o revólver, ele repassou a arma para Renato Ferreira Alves, 21. O irmão de Renato, Cleber Ferreira Alves, 36, também participou da ação do grupo e segundo a Polícia Civil, todos eles responderão por porte ilegal de arma na modalidade ocultar. Durante coletiva com a imprensa, os delegados responsáveis pelo caso informaram que o inquérito policial já finalizado será encaminhado para o Poder Judiciário.
Dirceu era visto entre colegas de profissão como um policial exemplar
Foto: Divulgação/PCMS
Conforme laudo necroscópico, Dirceu morreu com um tiro na barriga, disparado por Alexandre, e os outros dois disparos atingiram a região da cabeça. Os últimos dois tiros partiram da própria arma do policial, que estava em poder de Alexandre.
Os policiais civis, Osmar e Dirceu estavam em investigação para recuperar um colar de ouro, roubado de uma pessoa no último dia 7 de janeiro na região central de Campo Grande. Os dois foram até o bairro Campo Nobre para recuperar a joia e por volta das 23h acabaram surpreendidos pela ação dos bandidos.
O titular da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) Fabiano Nagata, afirmou que o crime ocorreu de uma forma inesperada, e pelo fato de as investigações sobre o roubo já estarem de certa forma evoluídas, Dirceu e Osmar foram rápidos e confiantes.
"A Polícia precisa agir rápido, mas na casa havia crianças, e também o adolescente. Foi uma ação inesperada dos bandidos que infelizmente surpreendeu os policiais", disse.
O delegado João Reis Belo explicou durante coletiva, que é dificil fazer uma análise afirmativa do que ocorreu no momento do crime, pelo fato de os dois policiais estarem a frente da investigação. "Acreditamos que eles tenham se sentido seguros para agirem dessa forma", ponderou.
Envolvidos em morte de policial já estão no presídio de Segurança Máxima de Campo Grande
Foto: Divulgação/PCMS
Ao todo sete pessoas participaram do crime.
Foto: Juliana Rezende/CapitalNews
Morte
Policial há oito anos, Dirceu trabalhava na Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) há pelo menos quatro anos. Ele estava à paisana no Jardim Campo Nobre e foi morto com três tiros quando chegou em uma residência para prender autores de roubo de joia avaliada em R$ 80 mil. O investigador Osmar Ferreira que o acompanhava na busca foi agredido e perdeu a consciência. Depois de acordar, Ferreira conseguiu se comunicar com a polícia e falar sobre a morte do companheiro. Todos os envolvidos foram presos na mesma noite do crime.