O juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Aluízio Pereira dos Santos ouviu na tarde desta terça-feira (14) as oito testemunhas de acusação do assassinato no vereador e presidente da Câmara dos Vereadores de Alcinópolis, Carlos Antônio Carneiro, morto no dia 26 de outubro, próximo ao Hotel Vale Verde, em Campo Grande.
Os três acusados do crime: Irineu Maciel, 38 anos, e Aparecido de Souza Fernandes, 28 anos e Waldenir Valsan estiveram presentes durante o depoimento das testemunhas. Entre as testemunhas estão pessoas que reconheceram os suspeitos no dia do crime, funcionários do hotel em frente ao local do assassinato, os investigadores que prenderam os acusados e o pai e viúva da vítima. Na sala, participaram da audiência, o promotor, Douglas Oldergado dos Santos, o advogado Ricardo Trad, como assistente da acusação, e a defesa dos acusados, José Roberto Rodrigues da Rosa e Wilton Sá e Silva.
.A mesa da audiência. Em sentido anti-horário: o juíz Aluízio Pereira, o promotor Douglas dos Santos, o advogado Ricardo Trad, o advogado José Roberto da Rosa e o advogado Wilton Sá e Silva .
Foto: Deurico/Capital News
Durante o depoimento, as testemunhas relataram os detalhes presenciados no dia do crime. Uma das testemunhas chegou a reconhecer dois acusados, que estariam em um bar, enquanto estava em frente de casa, momentos antes do crime. Um dos fatos mais importantes apresentados durante a audiência foi o documento que confirma a aquisição de uma passagem de ônibus até Coxim, cedida pela Prefeitura de Alcinópolis ao acusado, Irineu Maciel.
O pai da vítima e vice-prefeito de Alcinópolis, Alcino Fernandes Carneiro e a esposa da vítima, Nara Simone Silva Carneiro também confirmaram durante depoimento que o vereador, vinha sofrendo constantes ameaças de morte, por questões políticas e desafetos com o prefeito da cidade, Manuel Nunes da Silva, apontado pelos familiares como mandante do crime.
.O pai da vítima, o vice-prefeito de Alcinópolis, Alcino Fernandes Carneiro, alega que prefeito do município estaria por trás do assassinato de seu filho.
Foto: Deurico/Capital News
O prefeito de Alcinópolis havia sido arrolado como testemunha, porém foi designado o depoimento através de carta precatória. Ao final da audiência, a acusação alegou desistência do depoimento do prefeito de Alcinópolis, por entender que o depoimento não irá influenciar no crime de execução do presidente da Câmara.
As testemunhas de defesa dos acusados serão ouvidas somente no dia oito de fevereiro do ano que vem. Ao todo, serão ouvidas nove testemunhas, sendo duas delas através de carta precatória em Ponta Porã.
O advogado de defesa de dois acusados, o advogado José Rodrigues da Rosa, informou que trabalhará no argumento de “negativa de autoria” para o acusado Waldemir Valsan, apontado como intermediário do crime. Já para Irineu Maciel, o advogado informou que somente apresentará a defesa no dia do julgamento, já que Irineu foi flagrado pela polícia disprando contra o vereador, sendo detido após uma perseguição. “A tese está sendo elaborada e pretendo mantê-la em sigilo até o dia do julgamento. O Irineu é um acusado que foi detido após o crime, a sua autoria é certa, mas a sua defesa ainda está sendo trabalhada” afirmou o advogado. Questionado sobre o impacto causado pelo documento que mostra que Irineu teria recebido uma passagem até Coxim, pela prefeitura de Alcinópolis, o advogado não negou a surpresa. “Confesso que quando foi divulgada a existência desse documento eu fiquei surpreso, mas a tese da defesa está sendo elaborada, já que o Irineu foi flagrado pela polícia como autor dos disparos”. No dia oito de fevereiro, além das testemunhas de defesa, os réus serão ouvidos, onde será decidido se a os acusados serão julgados em júri popular.
.O advogado de defesa José Roberto da Rosa não revelou detalhes sobre o argumento a ser usado na defesa dos acusados.
Foto: Deurico/Capital News
Por Jefferson Gonçalves - Capital News (www.capitalnews.com.br)
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