O ex-secretário municipal de saúde de Campo Grande, Leandro Mazina, presta depoimento nesta quinta-feira (15) na oitiva da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde, instaurada pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul para apurar possíveis desvios de recursos públicos destinados para a saúde pública. Durante seu depoimento, ele afirma que não houve falta de medicamentos na rede municipal de Campo Grande e que não houve transição para a atual gestão.
Um dos questionamentos feitos pela Comissão para o ex-secretário municipal está na falta de medicamentos que a rede municipal enfrentou no início do ano, supostamente pelo cancelamento de um processo licitário. Mazina afirmou que não houve transição na Secretaria Municipal de Saúde (SESAU). “Foi um dos mais absurdos que presenciei na área pública. Uma pessoa se torna secretário de saúde no dia 31 de dezembro e não fez nenhuma reunião com secretário anterior. Eu não tive nenhuma reunião com ninguém da nova gestão”, afirmou Mazina.
Segundo o ex-secretário, ele pediu para que coordenadores e diretores da rede municipal não entrassem em férias em janeiro porque esperava que fossem convocados, mas segundo Mazina, não aconteceu. “Fizemos relatórios que não foram lidos e nem vistos, os problemas existiam, mas a soluções estavam elencadas nos relatórios, isso foi de uma irresponsabilidade muito grande de quem assumiu”, disse Mazina.
O ex-secretário explicou para o deputado estadual Lauro Davi (PSB) que a Sesau elaborava um ano antes uma licitação de registro de preços e que em setembro de 2012 deram início ao processo. Mazina informou que os processos são encaminhados para a Central de Compras da prefeitura (Cecom), e que no dia 8 de novembro o processo de tomada de preços foi encaminhado para a Cecom e que a Sesau aguardou o parecer da central. Segundo ele, em meados de dezembro, a Cecom devolveu o processo e o titular da central informou que receberam uma orientação do Ministério Público de que a Sesau não poderia fazer nenhuma licitação para 2013 e que devolveram o processo uma vez que não houve empenho.
“Não houve cancelamento por nenhum outro motivo, disseram que deixamos o estoque de medicamentos zerado na Secretaria, mas eu tenho documentação que comprova a verdade”, afirmou o ex-secretário Leandro Mazina.