O prefeito Alcides Bernal acompanhou a vistoria do Ministro Alexandre Padilha ao Hospital do Câncer na manhã desta terça-feira (7) e afirmou que irá aproveitar a vinda do chefe da pasta para apurar as fraudes no tratamento de câncer para solicitar ao ministro uma auditoria na Santa Casa de Campo Grande.
De acordo com Bernal, uma auditoria é necessária em razão da dívida que aumentou depois que o hospital passou por uma intervenção.
“Eu vou aproveitar a vinda do Ministro para também pedir que se faça uma auditoria na Santa Casa, pois não é justo que a dívida caia somente para o município sendo que quando fizeram a intervenção, a divida era bem menor”, afirmou o prefeito.
Além do ministro, a secretária estadual de saúde, Beatriz Dobashi, e o secretário municipal de saúde, Ivandro Fonseca, também participaram da comitiva que visitou o hospital. Depois da vistoria, as autoridades se reuniram a portas fechadas.
“Com a presença do Ministro aqui vai ter uma solução, vamos identificar os responsáveis porque o problema é antigo”, afirmou Bernal.
O prefeito também falou sobre a decisão que corre hoje na Câmara Municipal da capital sobre a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que irá apurar as fraudes denunciadas pela Operação Sangue Frio no Hospital Universitário e do Câncer. Bernal afirmou ser favorável à criação da comissão.
O vereador Zeca do PT também esteve na visita e disse que já se reuniu com o prefeito e ele e mais dois vereadores irão sair da comissão especial da saúde criada para visitar as unidades hospitalares da capital.
“Tivemos uma reunião com o Bernal e vamos tirar meu nome, da Luiza Ribeiro (PPS) e do Gilmar da Cruz (PB) dessa comissão especial da saúde que não funciona. Por isso somos a favor da CPI”, disse o vereador.
Operação
Ao todo foram 9 mandados de busca e apreensão e quatro ordens judiciais de afastamento de funções. Além dos hospitais, empresas com contratos firmados com hospital público, casas, escritórios de contabilidade e uma empresa do diretor de um hospital também serão vistoriadas em cumprimento à determinação da Justiça.
De acordo com a Polícia Federal, as investigações começaram em março de 2012 com objetivo de investigar os serviços oferecidos pelo setor de radioterapia. Conforme a polícia há algum tempo, o atendimento era prestado a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) apenas pelo setor privado.
Ainda segundo a polícia, as investigações revelaram que o esquema tinha o objetivo de direcionar licitações e contratações, superfaturar serviços e pagar propinas.
Na semana passada, o Ministério Público Federal (MPE) acionou a Justiça para pedir o afastamento dos diretores.
A unidade, que mantém contrato com a empresa cujo um dos proprietários é Siufi, cobrou por atendimento a paciente morto e remunera parentes do diretor com altos salários.