O trabalhador agrícola brasileiro recebe uma média mensal de R$ 335, valor igual a cerca de um terço que o daquele que está envolvido com atividades não agrícolas (R$ 1.020), informou nesta quinta-feira (1) um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) feito com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2008 e do Censo Agropecuário de 2006.
Segundo o Ipea, 43% da população acima de 10 anos de idade ocupada na atividade agrícola não tem rendimento mensal, e o rendimento médio dos que tem renda mensal é de R$ 335, valor menor que a renda média dos domicílios rurais (R$ 360) e daqueles ocupados em atividades não agrícolas (R$ 1.020 mensais). A média mensal da população urbana é de R$ 1.017.
A entidade acredita na hipótese de que grande parte desses trabalhadores mora em um domicílio em que a família possui outra fonte de renda. De acordo com o estudo, 33,11% das casas do campo tinham pelo menos um aposentado ou pensionista entre os moradores.
Segundo o estudo, o País tem 30 milhões de pessoas que vivem na área rural, o que representa 16% da população brasileira. Apenas 8% da região Sudeste reside na zona rural, mas concentra 20,5% do total dos que moram no campo, ficando atrás apenas do Nordeste (48%) no quesito.
Aqueles que vivem na área rural apresentaram renda per capita média de R$ 360, enquanto na área urbana a renda média é de R$ 786. Apesar da diferença, a renda na área rural se elevou em quase 30% entre 2004 e 2008, passando de R$ 281 para o valor atual.
O estudo destacou também a diferença entre a renda média mensal da População Economicamente Ativa (PEA) no Nordeste (R$ 296), que concentra 48% da população rural brasileira, e nas outras regiões (R$ 578,75).
Também na região Nordeste foi constatado que a renda média mensal dos homens da área rural (R$ 337) é mais próxima à das mulheres (R$ 230) que em outras regiões, como Sul e Centro-Oeste, onde a remuneração média das mulheres (R$ 362 e R$ 332, respectivamente) não chega a 50% da dos homens (R$ 825 e R$ 768, respectivamente).
Foi constatado que a renda média mensal de um empregador na agricultura, silvicultura ou pecuária, com pelo menos um empregado, é de R$ 2.552, enquanto o empregado temporário nos mesmos setores recebe R$ 344, e um permanente, R$ 567.
Os empregadores representam 3% do grupamento agrícola, enquanto os não assalariados são responsáveis por 68%, e os assalariados, 29%, dos quais 43% são temporários, o que para o Ipea indica presença de relações de trabalho instáveis, baixos salários e trabalho braçal pesado no setor.
Ainda na análise de relações de trabalho, a pesquisa aponta que 84,28% dos empregados temporários no grupamento agrícola não tem carteira assinada. Entre os permanentes, 44,11% trabalham sem carteira assinada.
Segundo o estudo, 70% dos agricultores familiares detêm a propriedade da terra onde produzem, mas os outros 30% ainda têm acesso por meio de parceria, arrendamento, posse e/ou cessão. (Fonte: Terra)
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