Assessoria/Famasul
Custo com degradações graves podem custar até R$ 5 mil aos bolsos do produtor rural
A recuperação de pastagens degradadas é uma das quatro tecnologias produtivas propostas pelo “ABC Cerrado”, projeto formulado com o objetivo de estimular a sustentabilidade aliada à rentabilidade na atividade rural.
O diretor-executivo da Fundação MS, Alex Melotto, relata que a reforma ou recuperação de uma pastagem impacta no aumento da produtividade em até quatro vezes. “Uma área bem manejada pode aumentar a produtividade de cinco arrobas de carne por hectare/ano para 20. Além do eminente benefício econômico serão evitadas erosões e perdas por escorrimento superficial”, aponta.
Melotto detalha também as características de um pasto degradado e quais motivos podem acelerar este processo. “As interferências climáticas e o manejo inadequado são os principais fatores para o empobrecimento do terreno. Quando degradado, podemos notar áreas de solo expostos onde a planta de capim morreu, presença de ervas daninhas invasoras e pragas como cupinzeiros”, explicou.
Segundo o consultor da Fundação MS, quanto mais avançado o estágio de degradação, mais caro é o custo para reforma ou recuperação. Nas fases iniciais, uma adubação de manutenção pode resolver o problema e custa em média R$ 500 reais por hectare. No entanto, em casos mais graves, o manejo compreenderá utilização de maquinário para trabalhar o solo, elevando os custos para até R$ 5 mil.
O especialista aponta também as melhores forrageiras para se cultivar levando em conta o custo benefício. “A escolha das espécies de capim dependerá da região, solo e clima. A Embrapa Gado de Corte, por exemplo, possui uma extensa lista de cultivares, em especial dos gêneros BRachiaria e Panicum que são adequados para todas as regiões de nosso Estado”, argumenta.
ABC Cerrado
A iniciativa é um projeto criado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Ministério da Agricultura e Banco Mundial. O objetivo é capacitar profissionais e oferecer assistência técnica para 400 produtores rurais participantes em Mato Grosso do Sul.
Implantado em 2015, o projeto tem a finalidade de atender inicialmente oito estados brasileiros do bioma Cerrado, promovendo quatro processos tecnológicos: Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF), Sistema de Plantio Direto, Florestas Plantadas e Recuperação de Pastagens Degradadas. Em maio e junho, a equipe de técnicos de campo responsável pela etapa de orientação nas propriedades recebeu capacitação específica sobre cada um dos temas citados.