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Rural Sexta-feira, 13 de Março de 2009, 19:13 - A | A

Sexta-feira, 13 de Março de 2009, 19h:13 - A | A

Proibição de agrotóxicos acarretaria em custo maior, diz Aprosoja

Da Redação

O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Glauber Silveira, disse hoje que a possibilidade de proibir a comercialização de 13 produtos agroquímicos no mercado brasileiro poderá acarretar aumento nos custos de produção. "A eliminação de estratégias de controle de pragas de baixo custo com certeza recairá em forma de ônus ao produtor. Em média, o custo subiria para três sacas por hectare", disse ele, em nota divulgada pela assessoria da Aprosoja. Três sacas por hectare significam um valor de US$ 273,6 milhões levando-se em consideração a previsão de 5,7 milhões de hectares e o preço médio de US$ 16 por saca para a safra mato-grossense de 2008/2009.

De acordo com Glauber, cerca de 30% dos produtos disponíveis no mercado nacional são genéricos, ou seja, a opção avaliada é a de restringir o acesso a produtos mais acessíveis economicamente. O presidente da Aprosoja lembra ainda que o Brasil sempre foi um dos países mais rigorosos e criteriosos no registro de produtos e que condenar os genéricos é uma contradição.

O presidente da Aprosoja/MT argumenta que a saída de genéricos do mercado vai concentrar a comercialização nas mãos de poucos, além de encarecer o preço dos alimentos no país. Significa que o Brasil será forçado a aumentar a importação de produtos. "Já temos hoje no país a oferta de fertilizantes restrita a grandes multinacionais. O setor não aguenta ter que bancar um custo maior na área de defensivos agrícolas por conta da concentração do mercado."

Para Glauber, o governo seria mais prudente se investisse no aumento da capacidade de fiscalização dos produtos, em vez de coibir o uso deles sem considerar os impactos para o setor produtivo. O presidente da Aprosoja/MT questiona a inoperância do governo ao permitir que alguns desses produtos fiquem por 10 a 20 anos no mercado para depois terem seus efeitos questionados.

Os estudos para reavaliar a autorização de comercialização e uso vêm sendo elaborados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em parceria com a Fiocruz, e devem ser concluídos até julho.

Em nota divulgada hoje, o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agropecuária (Sindag), que representa as principais fabricantes de agroquímicos, informou que a Anvisa está retomando o procedimento de reavaliação de agrotóxicos iniciado no ano passado. (Fonte: Agênica Estado)
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