O mercado nacional de carros biocombustíveis impulsionou o cultivo da cana-se-açúcar em 2008 nos estados próximos a São paulo, maior produtor. Segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o crescimento foi maior principalmente nos Estados de Goiás e Mato Grosso do Sul.
O aumento das áreas destina aos canaviais aumentou 31,8% em Mato Grosso do Sul e 49,7% em Goiás, contra 16,8% em São Paulo. O estado de Minas Gerais, na região Sudeste, teve alta de 22,84%.
Localizado no sudoeste de Mato Grosso do Sul, o município de Rio Brilhante foi o que mais se destacou, passando da 13ª colocação no ranking dos maiores produtores de cana para a 2ª posição, atrás apenas de Morro Agudo (SP). Em relação a 2007, o crescimento da produção no local foi de 109,8%, e os 6,2 milhões de toneladas colhidos representaram 1% do total nacional.
A cidade de Uberaba, em Minas Gerais,passou de 7ª para 4ª posição, com produção 64,9% superior à de 2007, Os outros municípios que completam a lista dos dez maiores produtores de cana-de-açúcar são todos do Estado de São Paulo.
Mesmo com a expansão rumo ao interior do país, o Estado de São Paulo continua a liderar o cultivo da cana. Em 2008, o Estado respondeu por 59,8% da produção nacional. Em seguida vêm Paraná (7,9%) e Minas Gerais (7,4%), Goiás (5,1%) e Mato Grosso do Sul (3,3%).
Segundo o técnico da Coordenação de Agropecuária do IBGE, Carlos Alfredo Guedes, a expansão rumo ao Centro Oeste é motivada pela maior disponibilidade de terras, o que torna os preços mais acessíveis nessa região, porém destaca que os canaviais não atingem e não deverão atingir o entorno do pantanal, já que planos de zoneamentos, que já foram enviados ao Congresso.
Queda no preço
A expansão da safra nacional, no entanto, não foi acompanhada por um crescimento similar no valor recebido pelos agricultores. Enquanto a produção subiu 17,3% em 2008, atingindo nível recorde, o valor recebido por ela aumentou apenas 2%.
A redução do preço recebido por tonelada foi influenciada pela grande quantidade de açúcar produzido na Índia e pela queda do preço do barril de petróleo, que, depois de chegar a US$ 147, fechou o ano em torno de US$ 40, tornando o álcool combustível menos atraente.
Segundo Guedes, porém, a conjuntura em 2009 está mais favorável para o produtor brasileiro que decidiu investir na cana. Além de uma redução na produção indiana de açúcar, a oferta interna sofreu redução e os preços já apresentaram alta. (com informações da Folha de São Paulo)
Por: Nadia Nadalon-estagiária (www.capitalnews.com.br)