O desenvolvimento sustentável da agropecuária a partir de ações que visam zerar os Gases Efeito Estufa (GEE), como a neutralização do carbono, estão ganhando cada vez mais força e os reflexos positivos já são identificados na produção agropecuária em Mato Grosso do Sul.
Ao longo dos anos o Brasil tem desenvolvido tecnologias a fim de somar na mitigação dos gases, e encontrou no agronegócio um importante aliado durante o processo. Conforme a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), entre as tecnologias implementadas pelo setor para a compensação de CO2, estão o plantio de florestas comerciais, a integração entre dois ou mais cultivos (ILPF – integração lavoura-pecuária-floresta) e a adoção permanente do plantio direto.
Consultora técnica do Sistema Famasul, Daniele Coelho destaca como ocorre o processo de neutralização de carbono. “Quando o carbono é absorvido em uma floresta ocorre o chamado sequestro de carbono da atmosfera (no ar), ou seja, a neutralização de carbono, que é retirado do meio ambiente e fixado na biomassa da planta ou no solo. Além de ajudar o meio ambiente, as árvores ajudam os animais, promovendo o bem-estar na produção pecuária”, explicou via assessoria.
De acordo com o levantamento realizado pela Embrapa Gado de Corte, seriam necessárias cerca de 200 árvores por hectare para neutralizar o metano emitido por 11 bovinos adultos por hectare ao ano, no Brasil, a taxa de lotação usual é de um a 1,2 animal por hectare.
Daniele Coelho ressalta que a iniciativa contribui diretamente no bom desempenho do setor. “O reflexo positivo do carbono neutro está no resultado. No caso da carne, por exemplo, além do produto final ser de qualidade e seguro, a eficiência da agropecuária está atrelada ao aumento da produtividade, à recuperação de pastagens degradadas e ao conforto térmico para os animais, o que, consequentemente, impulsiona a exportação para mercados exigentes”, avalia.