Em 2030, Mato Grosso do Sul pode ter um milhão de hectares de florestas plantadas, que representaria um aumento de 36% no PIB e geraria mais de 170 mil empregos diretos e indiretos no Estado. Esta é a previsão do relatório que embasa o Plano Estadual para Desenvolvimento Sustentável de Florestas Plantadas, apresentado em 16 de dezembro, em Campo Grande, validado por secretários do governo, representantes de empresas públicas e privadas, empresários e produtores rurais.
Para atingir estes números, entretanto, o relatório indica a formação de um cluster florestal na região leste de Mato Grosso do Sul, identificada como a mais propícia. “A vocação já existe por abrigar algumas grandes empresas, mas outras de pequeno e médio porte podem se beneficiar pela riqueza dos recursos hídricos, mão-de-obra especializada e localização junto às fronteira de outros estados”, explica o gerente de agronegócios do Sebrae/MS, Carlos Alberto do Valle.
O relatório também propôs a criação do Instituto Estadual Florestal, que deverá ser gerido pelo Governo, através da Seprotur - Secretaria de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo. Segundo o documento, quase 70% do solo de Mato Grosso do Sul é adequado para plantação de florestas, representando cerca de 25 milhões de hectares. “Mesmo que o plano atinja total de um milhão de hectares cultivados, apenas 1,8% das terras do Estado serão ocupadas”, afirma o presidente da Associação Sul-mato-grossense de Produtores e Consumidores (Reflore/MS), Luiz Calvo Ramires Junior.
Com o desenvolvimento da região leste, em 20 anos, a atividade poderá arrecadar R$ 2,4 bilhões em impostos. “Este é um investimento de médio e longo prazo. A silvicultura estará pronta para comercialização após a conclusão do ciclo de seis ou sete anos. Este momento de crise é favorável para iniciar o projeto, já que os custos de produção estão baixos”, comenta Carlos Alberto.
Este é o primeiro documento oficial que retrata o setor e apresenta propostas. Ainda segundo o relatório, 72% da área de Mato Grosso do Sul é usada para pastagem, mas pode ser consorciada com a silvicultura com o objetivo de agregar valor às terras. Entre outras informações, o material também apresenta que o relevo, solo e clima são favoráveis ao plantio florestal e a disponibilidade de linhas de crédito são bastante atrativas. "Com os dados validados, o Governo, Sebrae e iniciativa privada podem estruturar ações para o efetivo desenvolvimento do setor", comenta a gerente de gestão estratégica do Sebrae/MS, Sandra Amarilha.
O material apresentado está alinhado com o Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE), desenvolvido pelo Governo de MS, respeitando as ações que já estão em andamento. Em janeiro, o grupo se reunirá no Sebrae/MS para avaliar as sugestões de alterações propostas pelos participantes do evento e concluir o Plano Estadual para o Desenvolvimento Sustentável de Florestas Plantadas e iniciar as ações já em 2009. (Sebrae/MS)