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Rural Segunda-feira, 20 de Julho de 2009, 17:28 - A | A

Segunda-feira, 20 de Julho de 2009, 17h:28 - A | A

Audiência discutirá política de preços para o leite

Alessandro Perin - (www.capitalnews.com.br)

A Comissão de Agricultura realizará audiência pública no dia 11 de agosto para discutir os recentes reajustes no preço do leite para o consumidor. Foram convidados para o debate os ministros da Agricultura, Reinhold Stephanes; da Indústria e Comércio, Miguel Jorge; do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel; e do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, além dos presidentes da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Katia Abreu; e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, Alberto Ercílio Broch.

A audiência pública também terá representantes do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), de cooperativas de laticínios e da Associação Brasileira de Supermercados. O debate foi sugerido pelo deputado Vitor Penido (DEM-MG), que denuncia a existência de uma assimetria de preços dentro da cadeia produtiva do leite, que engloba o produtor primário, a indústria e o comércio.

"O produtor de leite não recebe hoje mais do que R$ 0,75 por litro, e esse leite está sendo comercializado a quase R$ 3 o litro para o consumidor. Não há nenhum motivo para esse acréscimo de mais de 400%, levando-se em conta que houve redução nos insumos e até mesmo na tributação. A preocupação da Comissão de Agricultura hoje é que se for mantido esse preço de R$ 2,80 a R$ 3 para o consumidor, principalmente para o pobre, ele acaba deixando de comprar e, mais uma vez, os pecuaristas de leite no Brasil passam a ter um preço infinitamente aquém dos custos desse produto".

Custos de produção

Segundo Vitor Penido, o pecuarista hoje gasta cerca de 80 centavos para produzir cada litro de leite. O deputado reclama que, nos períodos de escassez do produto, a indústria e o comércio costumam elevar o preço do leite em mais de 50% para o consumidor, enquanto que o valor pago ao produtor primário não sobe mais do que 10%. Já nos períodos de aumento da oferta, os produtores costumam perder 20% da remuneração enquanto o valor cobrado do consumidor fica quase inalterado.

"O absurdo é saber que esse produto, que não está pagando o custo para o produtor, está engordando as contas daqueles que estão na parte de industrialização ou na parte da comercialização".

 

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