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Política Quarta-feira, 22 de Junho de 2016, 19:15 - A | A

Quarta-feira, 22 de Junho de 2016, 19h:15 - A | A

Denúncia

Janot solicita que seja aberta denúncia contra o deputado Vander Loubet

O parlamentar é acusado de integrar a organização criminosa que teria recebido R$ 1 milhão entre 2012 e 2014

Patrick Alif*
Capital News

Deurico/Arquivo Capital News

Vander Loubet

Vander Loubet teve o pedido de denúncia reiterado por Janot

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por meio de um documento enviado nesta semana ao Supremo Tribunal Federal (STF), reiterou os termos da denúncia apresentada no começo de 2016 contra o deputado federal Vander Loubet (PT-MS).

De acordo com informações do G1 Brasília, Janot solicita que o Supremo abra ação penal contra o deputado e sustenta que elementos comprovam que ele recebeu "vantagens indevidas" para que dirigentes da BR Distribuidora fossem mantidos.

O procurador rebateu argumentações da defesa de Loubet, onde foi dito que a denúncia se baseia somente em delações premiadas e que não indicou o corruptor no suposto esquema. "Os depoimentos de colaboradores, no caso, foram corroborados por diversos outros elementos de prova, tais como registros de entrada em locais, registros de passagens aéreas, mensagens instantâneas, diversos documentos, depoimentos de testemunhas, dados fiscais e bancários, como minuciosamente exposto na denúncia", disse Janot.

Por meio de um parecer elaborado pela área técnica da Procuradoria Geral da República, o chefe do Ministério apontou inconsistência na prestação de informações bancárias de Loubet pelo Bradesco. O procurador pediu explicações à instituição em posse do documento.

No documento, é mostrado que o sigilo bancário do parlamentar foi quebrado e que o banco Bradesco enviou informações iniciais que indicaram recebimento de valores por Loubet da empresa Arbor Consultoria, pertencente à  Alberto Youssef, e que era usada para pagamento de propina. Ao todo, quatro depósitos foram identificados e R$ 11,5 mil, sendo três em 2012 e um em 2014.

No entanto, o banco enviou uma retificação dizendo que os depósitos foram feitos em espécie. O fato causou estranheza em Janot. "As informações bancárias que indicam recebimento de valores da empresa Arbor Consultoria e Assessoria Contábil, por parte de Vander Loubet, constam nos dados enviados originalmente pelo banco Bradesco à Procuradoria Geral da República. Estranhamente, houve uma suposta "retificação” dessas informações pela instituição financeira afirmando que as operações consistiram em depósitos em espécie", atenta.

Ainda no documento, Janot cita o ex-ministro do governo Collor Pedro Paulo Leoni Ramos, por repassar dinheiro a Vander Loubet. Pedro Paulo também foi denunciado com o deputado.

Denúncia
O deputado Vander Loubet integra o primeiro grupo de políticos investigados na Operação Lava Jato. Em março deste ano, foi aberto um inquérito sobre ele. Na ocasião, Rodrigo Janot pedia investigação dele por supostamente ter se associado ao lobista Jorge Luz e ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa para discutir repasses de dinheiro para o ex-deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), também investigado no mesmo inquérito.

As investigações apontam que Loubet atuava na gestão de fundos de investimentos e de recursos junto à BR Distribuidora e que havia recebido recursos de Pedro Paulo Leoni Ramos, ligado a Collor e que . Pra realziar a ação, teria usado um “esquema fraudulento de transferências de recursos” por meio de empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef, em contratos com a Petrobras.

As investigações apontam também que Loubet faria parte do núcleo político do esquema da Petrobras e recebeu valores que sabia terem origem em fraudes na Petrobras. Segundo a PGR, ele teria encoberto a origem dos valores, pagando fornecedores de campanha eleitoral em 2012.

O parlamentar negou ter recebido qualquer vantagem financeira de contratos da Petrobras, em depoimento à Polícia Federal (PF). (*Com informações do G1 Brasília).

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