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Política Sábado, 20 de Maio de 2017, 08:54 - A | A

Sábado, 20 de Maio de 2017, 08h:54 - A | A

Herança da JBS

Fachin pede ao STJ investigação contra André Puccinelli e Reinaldo Azambuja

Delator afirma propina de R$150 milhões, entre 2007 e 2016

Maisse Cunha
Capital News

Nelson Jr./SCO/STF

Ministro do STF, Edson Fachin

Ministro do STF, Edson Fachin

O Ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) um pedido de investigação contra o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e o ex-governador André Puccinelli (PMDB).

Deurico/Arquivo Capital News

Delação da JBS revela corrupção no Governo do Estado há décadas

Delação divulgada ontem, envolve os três últimos governadores do estado

 

O pedido ocorre após o empresário Wesley Batista dizer, em depoimento à Procuradoria-Geral da República, que entre os anos de 2007 e 2016, o tucano e o peemedebista teriam recebido cerca de R$150 milhões em propina da JBS, em troca da redução da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Segundo o delator, o esquema começou quando Zeca do PT ganhou a eleição para o Governo do Estado, e continuou com Puccinelli e Reinaldo, até o final de 2016.

Em nota, o governador disse que alegação dos fatos ilícitos envolvendo seu nome e a empresa JBS não condizem com a verdade, e serão devidamente comprovados.

André disse que não irá se pronunciar sobre o assunto.

Zeca do PT disse que nunca pediu e nem tomou conhecimento de que alguém tenha pedido propina a JBS em seu nome ou em nome do seu governo.

 

Entenda as acusações

De acordo com as informações passadas à PGR pelos delatores, na campanha de 2010, quando Zeca concorria à uma cadeira no Congresso, foi acertada propina de R$3 milhões para sua campanha. Deste valor, R$1 milhão foi pago por meio de doações oficiais e R$2 milhões em espécie “por fora”.

Wesley diz que Zeca foi pessoalmente a São Paulo receber o dinheiro de um operador identificado como Florisvaldo.

Segundo a delação, André Puccinelli herdou o esquema e tratava dos pagamentos diretamente com Joesley Batista. Um operador, identificado como Ivanildo Miranda. O pecuarista era quem tratava da propina destinada ao ex-governador, desde o acerto das contas até o recebimento.
 
Os valores teriam sido pagos de diversas modalidades, como Notas Fiscais frias, pagamento de doleiros a terceiros e pagamentos em espécie. Segundo Batista, cerca de R$90 milhões foram pagos a Puccinelli.

O esquema, segundo o delator, continuou até o fim de 2016, com o Governador Reinaldo Azambuja. Segundo ele, a empresa Buriti Comércio, do segmento de carne, teria recebido R$ 12,9 milhões.

Azambuja, segundo o empresário, teria recebido propina de R$10 milhões, na sede do Governo, no Parque dos Poderes.

 

Diversas empresas também foram beneficiadas no esquema. Segundo o delator, R$9,5 milhões foram entregues à Proteco Construções, empresa de João Amorim;  R$2,8 milhões à Ibope Pesquisa; R$2,9 milhões à Gráfica Alvorada; R$1,2 milhão ao Instituto Ícone. A MV Produções Cinematográficas, Amapil Táxi Aéreo e Bars Propaganda também foram citadas.

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