Campo Grande 00:00:00 Domingo, 15 de Junho de 2025


Política Quinta-feira, 26 de Junho de 2008, 07:39 - A | A

Quinta-feira, 26 de Junho de 2008, 07h:39 - A | A

CPI do Sistema Carcerário quer prorrogar seus trabalhos por mais 15 dias

Da Redação (JG)

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados sobre o Sistema Carcerário decidiu prorrogar, por mais quinze dias, os seus trabalhos. O requerimento para que a comissão tenha mais tempo para discutir e votar o relatório final será encaminhado ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que poderá ou não conceder esse novo prazo.

Além disso, a comissão aprovou um outro requerimento, que pede a realização de uma diligência no Mato Grosso do Sul, um dos estados que, segundo dados da comissão, tem um dos dez piores sistemas carcerários do país. O presidente da comissão, deputado Neucimar Fraga (PR-ES), disse que, apesar da aprovação do requerimento, pelo regimento ele não é obrigado a marcar a data da diligência.

"O presidente da comissão tem a prerrogativa de marcar ou não a diligência. Nós vamos fazer uma reunião interna da comissão. Nós poderemos voltar ao Mato Grosso do Sul, para confirmar e reafirmar todas as denúncias que estão relatadas no relatório final", explicou Fraga.

O requerimento é de autoria de deputados do próprio estado e pede que sejam ouvidas autoridades do Mato Grosso do Sul, como os secretários de Justiça e de Segurança Pública.

No relatório final da CPI, o relator, deputado Domingos Dutra (PT-MA), pede ao Ministério Público do Mato Grosso do Sul o indiciamento de autoridades de Mato Grosso do Sul, como o secretário de Segurança Pública, Wantuir Francisco Brasil Jacini.

O deputado Nelson Trad (PMDB-MS) considerou injusto o pedido de indiciamento de autoridades do estado ligadas ao sistema carcerário. "[O sistema carcerário do estado] é o melhor talvez do país, apesar do desgaste de ter a segunda maior população carcerária do Brasil", disse Trad.

Trad foi um dos três deputados de Mato Grosso do Sul incluídos na comissão, na noite de ontem. Os outros dois foram os deputados Geraldo Resende (PPS) e Waldir Neves (PSDB).

O relator da comissão considerou que a inclusão dos três foi uma manobra para retirar do relatório final os indiciamentos no estado. "É sim uma manobra e não é a primeira vez que se substitui parlamentares em uma CPI. No caso de Mato Grosso do Sul, o que aconteceu é que eles foram omissos, não foram nem substituídos , eles simplesmente durante a CPI não participaram e estão vindo aqui defender o corporativismo e amigos", disse Dutra.

Ele disse ainda que, mesmo com as pressões dos deputados de Mato Grosso do Sul, ele não mudará o relatório final. "Nós selecionamos o que há de pior porque nós entendemos que não dá para manter presos com porcos, não dá pra manter presos junto com lixo, com esgoto, com ratos", declarou o relator da CPI. (Agência Brasil)

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS