O protagonismo do Brasil como potência energética, alimentar e ambiental foi o centro das discussões do Fórum LIDE COP 30, realizado nesta quinta-feira (30) em Bonito (MS). Com a presença de autoridades, empresários e especialistas, o evento colocou em evidência o papel estratégico de Mato Grosso do Sul na consolidação de modelos sustentáveis de desenvolvimento, com ênfase na bioenergia, na agroindústria e na preservação ambiental.
O governador Eduardo Riedel encerrou o fórum destacando a importância da construção de uma narrativa concreta que apresente o Brasil como referência global na produção sustentável.
“O papel da agroindústria, que transforma com muita propriedade e competência os recursos naturais em energia e alimentos... Isso feito pela nossa pesquisa, ao longo dos últimos 40 anos, sem dúvida, e a gente tem muito a mostrar para a COP 30. É uma grande oportunidade de virar a chave para poder se colocar no centro da discussão, como protagonista que nós somos enquanto país”, afirmou o governador.
Com 800 mil hectares de cana-de-açúcar plantados em 42 municípios, Mato Grosso do Sul se consolidou como um dos principais polos de bioenergia do país, com potencial de expansão sem necessidade de desmatamento. Atualmente, o Estado conta com 22 usinas de cana e milho em operação, sendo que 13 exportam energia excedente para o sistema nacional.
O secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, destacou o posicionamento estratégico adotado pelo Estado na agenda climática.
“Nós tomamos uma decisão no Mato Grosso do Sul, uma decisão estratégica para que a gente realmente trabalhasse com os movimentos sustentáveis. Isso está funcionando. E nós estamos em Bonito, que é o primeiro destino ecológico do mundo em carbono neutro, o município fez o trabalho de certificação do território”.
Pecuária de baixo carbono e proteção ao Pantanal
Outro ponto ressaltado foi o avanço na pecuária sustentável, com destaque para a certificação de carne carbono neutro e a aplicação de tecnologias de integração lavoura-pecuária-floresta.
“A pecuária no mundo inteiro é avaliada sob o ponto de vista de geração de metano, é instituída como aquela que promove o desmatamento. Temos uma boa experiência no Mato Grosso do Sul na pecuária de baixo carbono. Conseguimos certificar a nossa pecuária como carne carbono neutro. Nós retiramos da pecuária 5 milhões de hectares, mantivemos o rebanho e aumentamos o abate”, afirmou Verruck.
Ele também destacou a importância da Lei do Pantanal, que prevê pagamento por serviços ambientais, como instrumento de valorização da conservação.
Com iniciativas como essas, Mato Grosso do Sul se consolida como vitrine brasileira de soluções sustentáveis, alinhando desenvolvimento econômico, inovação e compromisso ambiental – um caminho que será fortalecido na COP 30, marcada para acontecer em 2025, no Brasil.