Os deputados federais Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira (PL), Beto Pereira (PSDB) e Dr. Luiz Ovando (PP), todos de Mato Grosso do Sul, assinaram o pedido para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigue um esquema de fraudes no INSS. O requerimento já possui 185 assinaturas, número superior ao mínimo exigido, mas ainda depende da autorização do presidente da Câmara, Hugo Motta. A ação policial que motivou a CPI foi deflagrada no dia 23, com alvos em 34 cidades do país, incluindo MS.
As investigações apontam que entidades descontavam mensalidades de forma irregular dos benefícios de aposentados e pensionistas. Segundo a CGU, os repasses começaram a aumentar a partir de 2018. “Em 2021 tínhamos 15 acordos de cooperação, em 2023 já eram 34”, explicou o ministro Vinícius de Carvalho. Durante a operação, 1.300 aposentados foram ouvidos e 97% afirmaram não saber da existência dos descontos em seus benefícios.
Foram cumpridos 211 mandados de busca e apreensão em 13 estados e no Distrito Federal, além de seis prisões temporárias em Sergipe. A operação mobilizou 620 policiais federais e 80 auditores da CGU. Um Porsche Taycan, avaliado em quase R$ 1 milhão, foi apreendido. “Esta é uma operação de proteção dos aposentados, vítimas fáceis de criminosos que se apropriaram de pensões e aposentadorias”, disse o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.
O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi exonerado no mesmo dia da operação, a pedido do presidente Lula. Também foram afastados o procurador-geral do instituto e outros três diretores, além de um policial federal. Os envolvidos podem responder por corrupção, falsificação de documentos, violação de sigilo funcional, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O prejuízo estimado é de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.