Campo Grande sedia, nesta quarta-feira (16), a etapa estadual da II Conferência Nacional do Trabalho (II CNT), que reúne representantes de trabalhadores, empregadores, governo e entidades da sociedade civil para discutir os desafios do mercado de trabalho e propor diretrizes que serão levadas à etapa nacional, marcada para 4 de março de 2026, em São Paulo.
Promovido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio da Superintendência Regional do Trabalho em Mato Grosso do Sul (SRT-MS), o evento marca a retomada de um dos principais espaços de diálogo social democrático do país, com caráter paritário e tripartite, voltado à construção de políticas públicas de trabalho, emprego e renda.
De acordo com o Diagnóstico da Situação do Trabalho Decente em Mato Grosso do Sul (2025), 62,8% da população ocupada no estado está em empregos formais, enquanto 37,2% ainda atuam na informalidade. A taxa de desocupação é de 4,1%, uma das mais baixas do país, e o rendimento médio mensal dos trabalhadores é de R$ 3.102, acima da média nacional.
Apesar dos avanços — como a taxa de desemprego juvenil de 8,2%, inferior à média brasileira —, o estado ainda enfrenta desafios como a desigualdade salarial entre homens e mulheres e o trabalho infantil, que ainda atinge cerca de 9,7 mil crianças e adolescentes.
Divulgação/MTE
Alexandre Cantero - superintendente da SRTE-MS
Para o superintendente regional do Trabalho em Mato Grosso do Sul, Alexandre Cantero, o evento é uma oportunidade para alinhar desenvolvimento econômico e trabalho digno.
“A etapa estadual é um momento de escuta e de construção coletiva, em que trabalhadores, empregadores e governo debatem juntos soluções para os desafios do mercado de trabalho sul-mato-grossense. É por meio desse diálogo que podemos fortalecer a formalização, promover a inclusão produtiva e consolidar o trabalho decente como eixo do desenvolvimento do estado”, afirmou Cantero.
A programação inclui debates sobre formalização do emprego, combate ao trabalho infantil e análogo ao escravo, igualdade de oportunidades, fortalecimento da negociação coletiva, saúde e segurança no trabalho e modernização da inspeção trabalhista.
Cantero destacou ainda o papel estratégico de Mato Grosso do Sul no cenário nacional.
“Nosso estado reúne setores produtivos em plena expansão e uma força de trabalho cada vez mais qualificada. A Conferência será um espaço para propor medidas que conciliem desenvolvimento econômico e proteção social, em sintonia com os princípios da OIT”, pontuou.
Sob a condução da Superintendência Regional do Trabalho, a II CNT em Mato Grosso do Sul busca consolidar propostas para a etapa nacional, fortalecendo a participação do estado na formulação de políticas públicas voltadas ao trabalho decente no país.
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