A Secretaria de Obras e Infraestrutura de Terenos, considerada o principal foco das investigações do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) sobre corrupção e organização criminosa no município, teve seu orçamento reduzido em mais de 72% na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026. Foi a partir desta pasta que surgiram as descobertas de desvios financeiros em contratos públicos, culminando na prisão e no afastamento do prefeito Henrique Budke (PSDB).
Nos anos de 2023 e 2024, ainda sob a gestão de Budke, a LOA previa investimentos superiores a R$ 10 milhões por ano para a Secretaria de Obras. Já na previsão de despesas para 2026, agora sob a administração do vice-prefeito Arlindo Lindolfe (Republicanos), o orçamento da pasta foi fixado em R$ 2.776.500,00.
A Lei Orçamentária Anual define como serão aplicados os recursos do município ao longo do exercício seguinte. A projeção para 2026 aponta crescimento discreto das receitas municipais, de apenas 6,4% em relação ao orçamento aprovado para 2025. Em 2024, a estimativa de arrecadação era de R$ 139 milhões, enquanto, para o próximo ano, a previsão é de R$ 148 milhões.
A maior parte desses recursos será destinada ao Fundo Municipal de Saúde, que deve receber pouco mais de R$ 30 milhões. Em seguida aparecem o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), com R$ 23,3 milhões, e a Secretaria Municipal de Educação, que contará com quase R$ 23 milhões. A distribuição atende aos percentuais mínimos exigidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelece aplicação mínima de 25% da receita em Educação e 15% em Saúde.
A Secretaria de Obras passou a ocupar o centro das atenções após duas operações deflagradas pelo MPMS, que investigam corrupção, desvio de recursos públicos e a formação de um grupo criminoso supostamente liderado por Henrique Budke.
A primeira ação, a Operação Velatus, foi deflagrada em agosto de 2024 e teve como alvo o comando da secretaria. Na ocasião, foi preso o então secretário Isaac Cardoso Bisneto, que permaneceu detido até fevereiro deste ano. Dias antes da operação, ele havia sido exonerado por determinação do prefeito, levantando suspeitas de possível vazamento de informações.
De acordo com o MPMS, as investigações identificaram um esquema de corrupção envolvendo servidores públicos e empresários, com o objetivo de fraudar licitações. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) também apurou a criação de empresas sem estrutura ou experiência, utilizadas para firmar contratos com a administração municipal.
O caso teve novo desdobramento neste ano com a deflagração da Operação Spotless, que resultou na prisão do prefeito Henrique Budke, apontado como o principal articulador do esquema. Ele permaneceu preso por 20 dias e foi solto mediante uso de tornozeleira eletrônica, afastamento do cargo e proibição de contato com os envolvidos e com as áreas atingidas pela investigação.
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