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Haddad anuncia delegacia da Receita Federal especializada em crimes financeiros

Segundo o ministro, a nova estrutura será responsável por aprofundar investigações desse tipo

Flavio Veras
Capital News

Com o objetivo de intensificar o combate ao crime organizado, a Receita Federal anunciou a criação de uma delegacia especializada em delitos contra o sistema financeiro. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou a medida nesta quinta-feira (25), após a deflagração da Operação Spare, conduzida em parceria com a Polícia Militar e o Ministério Público de São Paulo.

Segundo Haddad, a nova estrutura será responsável por aprofundar investigações desse tipo. “Estamos consolidando um departamento que terá uma delegacia específica, com servidores dedicados exclusivamente a esse trabalho”, afirmou.

A Operação Spare é um desdobramento da “Carbono Oculto”, realizada em agosto, e tem como alvo um dos principais operadores de uma organização criminosa que atua há mais de 20 anos no setor de combustíveis em São Paulo. O grupo é suspeito de usar postos de gasolina, empreendimentos imobiliários, motéis e franquias para lavar dinheiro e ocultar patrimônio.

De acordo com o ministro, a rede movimentou mais de R$ 4 bilhões em cinco anos, mas recolheu apenas 0,1% desse valor em tributos. “Essa discrepância chamou a atenção da Receita. A baixa arrecadação diante de tamanha movimentação mostra como o crime afeta a concorrência, o consumidor, os programas sociais e o próprio orçamento público”, destacou.

Desde 2023, a Receita já mantém um núcleo de combate a fraudes estruturadas, com foco na ligação entre crimes financeiros e atividades da economia formal. Para Haddad, a criação da delegacia será um legado permanente para o órgão, independentemente de governos.

Na operação desta quinta, foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão em cidades como São Paulo, Santo André, Osasco, Barueri, Bertioga e Campos do Jordão. Participaram da ação 64 auditores da Receita, 28 integrantes do Gaeco do Ministério Público de São Paulo, servidores da Secretaria da Fazenda estadual e cerca de 100 policiais militares.

As investigações apontam que o principal suspeito controlava formalmente cerca de 400 postos, dos quais 200 ligados diretamente a ele e a seus associados. Pelo menos 267 ainda estão em atividade, com movimentação de R$ 4,5 bilhões entre 2020 e 2024, mas recolhendo apenas R$ 4,5 milhões em tributos federais. Além do setor de combustíveis, o grupo também operava no ramo imobiliário, em motéis e em redes de franquias.

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