Com foco na Rota Bioceânica e no crescimento regional, o Governo de Mato Grosso do Sul está reorganizando a rede hospitalar na faixa de fronteira. O novo modelo prevê níveis de atendimento, com atenção básica nos municípios, média complexidade em cidades-polo e alta complexidade em Campo Grande e Dourados. “É uma estratégia para distribuir melhor os serviços”, explicou o médico João Ricardo Tognini.
Durante o Encontro Binacional da Saúde em Ponta Porã, a SES apresentou a proposta dos “cinturões de média complexidade”, envolvendo municípios como Ponta Porã, Jardim e Bela Vista. Esses locais passam a assumir cirurgias e especialidades intermediárias, reduzindo deslocamentos e desafogando os grandes hospitais. “Queremos garantir acesso resolutivo e mais próximo da população”, disse Tognini.
Porto Murtinho, com menos de 20 mil habitantes, terá atenção reforçada na atenção primária. Casos regulados serão encaminhados a polos regionais. Já Ponta Porã, com hospital estruturado, deve ampliar especialidades como ortopedia e urologia. “A lógica é garantir que cada paciente esteja no lugar certo, com o cuidado adequado”, afirmou o secretário Maurício Corrêa.
O plano inclui ainda ampliação do transporte aeromédico e cooperação com o Paraguai. Um termo de cooperação foi assinado para mapear a rede de saúde na fronteira, envolvendo cidades como Pedro Juan Caballero e Mundo Novo. “O levantamento vai orientar investimentos e fortalecer a rede binacional”, destacou a secretária-adjunta Crhistinne Maymone.