Renan Silva Nascimento, de 34 anos, empresário de Dourados e integrante do movimento cristão Legendários, será ouvido em audiência nesta quinta-feira (2), após ter sido preso em flagrante com 150 kg de pasta-base de cocaína em maio deste ano. A sessão, que ocorre por videoconferência, também contará com os depoimentos de Anderson Moreira da Rosa, de 37 anos, e Maurício Martins da Paixão, de 47, acusados de transportar a droga.
Segundo o Ministério Público, os três estão envolvidos em um esquema de tráfico que utilizava uma hamburgueria como fachada para armazenar a droga, trazida da fronteira com o Paraguai. A prisão ocorreu no dia 6 de maio de 2025, após duas semanas de monitoramento da Polícia Civil. O flagrante foi convertido em prisão preventiva dias após a detenção.
“Durante a abordagem, Renan demonstrou um nervosismo excessivo e comportamento incomum”, informou a denúncia. Quando os policiais entraram na hamburgueria, viram caixas de carne contendo tabletes esverdeados. Anderson e Maurício, localizados depois, alegaram estar apenas entregando carnes para a empresa Nostro Beff. Já Renan afirmou que receberia celulares de um conhecido apelidado de “Cowboy” e ganharia R$ 5 mil.
A cocaína, avaliada em R$ 6 milhões, estava camuflada com produtos alimentícios para dificultar a detecção. Um dia antes da prisão, Renan chegou a anunciar nas redes sociais que o local estaria “fechado para reformas”, com reabertura marcada para dois dias depois. Ele é casado, pai de três filhos e se identificava nas redes com o número 49075, o “código de Legendário”.
O movimento Legendários, do qual Renan fazia parte, tem forte apelo entre homens cristãos e propõe transformação espiritual e pessoal. Os encontros, feitos ao ar livre, tratam de temas como propósito, liderança e família. Os participantes recebem um número simbólico após o evento. O movimento chegou ao Brasil em 2017 e tem crescido, contando com adeptos como Thiago Nigro, Neymar pai, e Kaká Diniz.
