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Opinião Segunda-feira, 11 de Março de 2019, 07:00 - A | A

Segunda-feira, 11 de Março de 2019, 07h:00 - A | A

Opinião

Pedágios

Por Walter Roque Gonçalves*

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Foi anunciado pelo governador João Doria (PSDB) no dia 15 deste mês, concessões para novas praças de pedágios na mesorregião da Alta Sorocabana, estado de São Paulo, nos municípios de Martinópolis, Oswaldo Cruz, Rancharia, Tupi Paulista, Santa Mercedes e Lucélia. As praças de pedágios trazem diversas benécies, no entanto, o país que hoje tem orçamento trilionário deveria arcar com as melhorias sem sobretaxar o contribuinte. O fato é que se quiser educação, saúde, segurança e transporte de qualidade será preciso pagar por isso. Duas vezes! Os pedágios não fugiram à regra. No entanto, há outra solução?

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Walter Roque Gonçalves - Artigo

Walter Roque Gonçalves

 

Anos de má administração do dinheiro público e a corrupção que arrancaram até o último vintém possível, transformou o orçamento federal em algo insuficiente para suprir o básico: o “feijão com arroz” que todo contribuinte espera de volta em forma de serviços. Duplicações, faixas adicionais, vias marginais e contornos urbanos e outros benefícios prometidos pelos pedágios deveriam ser fruto dos impostos recolhidos dos contribuintes e não de pedágios que aumentam ainda mais a carga sobre a população.

Esta é a indignação que tem gerado moção de repúdio por parte de vereadores dos municípios afetados, abaixo assinados de trabalhadores que precisam deslocar-se diariamente entre cidade mediadas - em breve - por pedágios e até o poder executivo tem discordado veemente. A questão é: sem os pedágios, a malha rodoviária em pauta terá melhorias?

Dentro do contexto dos pedágios em operação, realmente se deslocar ficará mais caro. Contudo, as cidades dormitórios como Martinópolis e outras afetadas tenderão a fortalecer o comércio local frente aos centros maiores, os clientes evitarão deslocar-se para compras em outras praças. Há de se avaliar também a redução dos prejuízos com manutenção dos veículos, de acidentes de trânsito.  A praça de pedágio geralmente emprega pessoas dos municípios sede destes e parte da renda do ISS-QN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) é repassada a localidade que acolheu compulsoriamente tais praças.

As melhorias que virão pelos pedágios são necessárias e realmente deveriam vir dos impostos já pagos. Isto é fato. No entanto, é fato que o governo está sem dinheiro para todas estas obras. Por motivos que já conhecemos de cor. Mas, enquanto não se resolve questões mais profundas na economia e na cultura de gestão do governo, o cidadão precisa ir e vir com mais segurança. E, por mais que o pedágio seja indesejável por todos, pode ser a única solução no momento.

 

 

*Walter Roque Gonçalves
Professor ABS/FGV, consultor de resultados especializado em micro, pequenas e médias empresas | CRA 144.772 | Contato:(18) 99723-3109 | e-mail: [email protected]

 

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