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Opinião Sábado, 31 de Maio de 2025, 18:15 - A | A

Sábado, 31 de Maio de 2025, 18h:15 - A | A

Opinião

A corrida ao ouro digital começou

Por Rodrigo Miranda*

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Em um contexto repleto de incertezas, a necessidade de proteger os recursos financeiros se tornou algo quase automático, buscando manter o patrimônio e lidar com crises econômicas. O ouro físico, que tradicionalmente é visto como um investimento seguro, não é o único ator nesse cenário. Já há algum tempo – e cada vez mais – vemos o aparecimento de novos ativos digitais. Esse patrimônio intangível, virtual e digital transformou por completo a forma como protegemos nosso dinheiro. Estamos testemunhando o início de uma nova fase econômica, um processo irreversível. É, de fato, uma verdadeira corrida ao ouro digital.

Ao longo da história, o ouro e a prata sempre se destacaram como uma forma de segurança em períodos de crise. Em situações de dificuldade econômica ou instabilidade, esses metais preciosos são percebidos como uma salvaguarda, preservando o poder de compra em tempos de turbulência financeira. Exemplos históricos demonstram que eles se destacaram em momentos desafiadores, como durante as crises econômicas da década de 1970 e a recessão de 2008.

Atualmente, com o aumento das tensões mundiais geradas por políticas de protecionismo, a demanda por metais preciosos continua a subir. As tarifas impostas e as incertezas relacionadas ao dólar tornam o ouro ainda mais valorizado. Ademais, diversos bancos centrais estão ampliando suas reservas de ouro com o objetivo de se resguardar contra riscos cambiais e oscilações econômicas globais.

Paralelo a isso, o Bitcoin está se firmando como um novo refúgio seguro. Conhecido como "ouro digital", ele atrai investidores que procuram proteger seu dinheiro de sistemas financeiros tradicionais incertos. Embora ainda haja debate sobre sua eficácia, sua popularidade está crescendo, especialmente em tempos de incerteza econômica.

A conexão entre o ouro e o Bitcoin está se fortalecendo. Ambos têm sido vistos como ativos seguros, com valorizações significativas em tempos de crise. Enquanto o ouro sobe, o Bitcoin também atinge novos recordes, mostrando que ambos são procurados em busca de segurança.

Os investidores têm diversas maneiras de se expor a esses ativos, como os Fundos Negociados em Bolsa (ETFs). Esses instrumentos permitem acessar o ouro e o Bitcoin sem precisar comprá-los diretamente. Isso é atrativo, pois evita custos de armazenamento e facilita a negociação na bolsa.

Essa transição para o "ouro digital" mostra que o mercado está buscando formas modernas de proteção. Grandes empresas estão de olho no Bitcoin, reconhecendo seu potencial para diversificação de portfólio. Isso sinaliza que o Bitcoin está sendo cada vez mais aceito como uma classe de ativo respeitável.

O retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos trouxe novo fôlego ao mercado de criptoativos. Por suas declarações favoráveis ao Bitcoin e por criticar abertamente o controle excessivo de bancos centrais, o mercado vê em Trump uma postura amigável em relação ao setor. Desde sua reeleição, membros de sua equipe econômica vêm sugerindo medidas de desburocratização e incentivo à inovação financeira, o que reforçou o entusiasmo de investidores e impulsionou o Bitcoin a romper sua máxima histórica. A perspectiva de regulamentações mais claras e menos restritivas tem gerado expectativas otimistas para os próximos anos.

Além do desempenho do Bitcoin, outros indicadores econômicos também refletem esse momento de transformação. O índice S&P 500, que reúne as principais empresas dos Estados Unidos, tem mostrado resiliência, com vários setores retomando crescimento mesmo após anos de instabilidade. O avanço das big techs, empresas de energia e companhias financeiras indica uma retomada da confiança do mercado. Com uma política econômica mais pró-mercado, os investidores estão voltando a olhar com otimismo para a renda variável e, atualmente, considerando principalmente criptomoedas como parte estratégica de seus portfólios.

Diante de tantas transformações, é evidente que a corrida ao ouro digital começou, impulsionada por aspectos tecnológicos, econômicos e políticos. Embora o ouro continue a manter sua relevância, o Bitcoin emergiu e solidificou sua posição, especialmente com o respaldo de Trump. À medida que mais indivíduos procuram opções para proteção e investimento, o universo das criptomoedas parece ter evoluído de uma mera especulação para uma componente essencial da economia global contemporânea.


*Rodrigo Miranda
Treinador comportamental e especialista em mindset financeiro, em trading de criptomoedas e criador da Universidade do Bitcoin, a UniBtc, com mais de 15 mil alunos. Formado em Administração de Empresas com pós-graduação em Pedagogia Empresarial, atingiu a liberdade financeira através do mercado cripto há anos, ensina e faz análises diariamente em lives no YouTube

 

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