Segundo o relações públicas do Sindicargas, Roberto Sinai, na quarta-feira (18), deverá haver uma assembléia geral em São Paulo, com representantes de sindicatos de todo o Brasil para definir uma data para a paralisação seja deflagrada.
“A greve ocorrerá porque a situação está insustentável para os caminhoneiros autonômos e pequenas empresas de transportadoras, com o aumento de 15% autorizado pelo governo federal no preço do diesel”.
Conforme a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), as empresas embarcadoras (comércio e indústria) não quiseram repassar o aumento para o preço do frete e exigiram o cumprimento dos contratos já firmados com os caminhoneiros e as empresas transportadoras.
“Hoje não tem mais como trabalhar. O preço do litro do diesel está quase R$ 2 em Mato Grosso do Sul e um caminhão de grande porte gasta praticamente um litro de diesel para percorrer 1,5 quilômetro. É inviável”, comenta Sinai.
Para por fim a situação, a categoria reivindica que o aumento do diesel seja repassado para o preço do frete e que seja criada pelo Ministério da Fazenda de uma planilha referencial do valor de frete a ser pago pelo quilômetro rodado que possa ser utilizada como base nas negociações com as empresas transporte de cargas.
“Atualmente temos alguns valores referenciais para o preço do frete, mas que não estão sendo cumpridos. Para caminhões de pequenos porte, calculávamos dois litros de oléo diesel pela quantidade de litros que o caminhão carregava, enquanto que para os caminhões grandes eram dois litros pela quantidade de quilômetros”, explica.
Como não existe obrigatoriedade do respeito aos valores referenciais, Sinai comenta que alguns profissionais praticam preços abaixo do mercado e para conseguir viabilizar o frete extrapolam no peso da carga. “Com o sobrepeso nos caminhões aumenta o desgaste das estradas, o desgaste do motorista e do caminhão e aumenta o risco de acidentes, já que o tempo de frenagem do veículo será maior”, analisa.
Outra reivindicação da categoria é a implementação pelo governo federal de um programa que possibilite a modernização da frota brasileira. “Hoje temos mais de 1,55 milhão de caminhões no Brasil, mas a idade média da nossa frota é de 30 anos. Nas condições em que estamos trabalhando não temos como comprar caminhões novos e somos nós os responsáveis pelo transporte de 68% de tudo o que o País produz. Então é preciso uma ação nesse sentido também”, concluiu o relações públicas do Sindicargas.
Em Mato Grosso do Sul, conforme o Sindicargas a categoria conta com aproximadamente 23 mil profissionais, entre caminhoneiros autônomos e pequenas empresas de transporte. (Com informações da Agência Brasil).
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