A MMX anunciou oficialmente em comunicado à imprensa que vai suspender temporariamente as atividades industriais em Corumbá. Conforme nota divulgada pela empresa, a medida atende a necessidade da empresa se "adequar à nova realidade do mercado" e desta forma evitar o aumento dos seus estoques de produtos.
De acordo com o anúncio, o processo de suspensão das atividades industriais em Corumbá começa ainda neste mês. Na verdade, segundo informações extra-oficiais, a MMX já havia parado a produção em um dos fornos de Corumbá.
Para a paralisação da unidade no Estado, a empresa usa o argumento da crise mundial, diz que pretende reduzir os custos das operações e evitar o aumento de estoques e evitar prejuízos com a queda nos negócios em consequência da instabilidade econômica.
A MMX segue a justificativa sobre a decisão alegando que houve queda na demanda por matérias-primas utilizadas pela indústria, como ferro gusa e minério de ferro, provocada pelo impacto da siderurgia vêm sofrendo com a desaceleração do crescimento da economia global
Apesar da paralisação, a MMX garante que não haverá demissões. "A suspensão será apenas temporária e não implicará em demissões, devendo a retomada das operações ser condicionada à melhoria das condições do cenário econômico mundial," informa a nota
Para evitar prejuízos aos funcionários, os contratos de trabalho, os salários e benefícios serão mantidos, assegura. Neste período, a MMX oferecerá formação e aperfeiçoamento profissional a seus colaboradores e manterá seus projetos sociais na região.
Investimento orçado em US$ 200 milhões, anunciados anteriormente para a usina de tarugos de Corumbá, também foram suspensos.
A Unidade Florestal também terá as atividades de plantio em Anastácio e Dois Irmãos do Buriti suspensas. Já o trabalho para a manutenção da floresta plantada – cerca de 6.000 hectares, será mantido.
No ano passado, a produção de minério de ferro do Sistema MMX Corumbá foi de 1.504 mil toneladas, com vendas de 790 mil toneladas, 99,93% direcionadas para o mercado externo. O primeiro forno de Ferro Gusa iniciou a operação em agosto de 2007 e o segundo alto forno em janeiro de 2008.
Preparação - No mês passado, presidente do Grupo EBX, Eike Batista, chegou ameaçar a suspensão das atividades em Mato Grosso do Sul. Ele reclamou das multas milionárias aplicadas pelo Ibama contra a mineradora de Corumbá, por compra de carvão irregular. A empresa já recebeu cinco atos de infração do Ibama, desde o ano passado, que somam R$ 29,4 milhões, por problemas ambientais.
Também em outubro, a MMX suspendeu o projeto de construção de um porto em Peruíbe (SP), decisão assumida como "freio" diante da crise, com a economia de recursos, estimados em US$ 2 bilhões.
Durante evento em Campo Grande, após a ameaça de suspensão feita pelo empresário Eike Batista, a garantia foi de que MMX não pensava em deixar Mato Grosso do Sul e que ainda iria investir R$ 570 milhões na planta de Corumbá, garantiu o gerente geral de desenvolvimento sustável da empresa, Vicente Cantini.
"Em nosso plano de negócios, até 2009 serão investidos R$ 570 milhões na MMX Corumbá. Não existe a possibilidade de deixarmos o Estado", disse aos deputados estaduais em audiência pública na Assembléia Legislativa. (Corumbá Online)