A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) anunciou na última terça-feira (13) que receberá da Sinovac uma doação de 50 mil doses de vacinas contra covid-19 para imunizar jogadores profissionais de “torneios de primeira categoria” do futebol sul-americano.
Os times e jogadores brasileiros, porém, podem ter dificuldade em ser imunizados com essas doses. Isso porque, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as doses doadas pela farmacêutica chinesa, se entrarem no Brasil, deverão ser “integralmente doadas” ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo nota distribuída pelo orgão, as doações seguem a dinâmica da Lei nº 14.125/2021, que autoriza vacinas contra a covid-19 a serem importadas de forma “excepcional e temporária”, desde que repassadas ao SUS, “a fim de serem utilizadas no âmbito do Programa Nacional de Imunizações [PNI]”. Ainda conforme o comunicado, somente após a imunização dos grupos prioritários é que “pessoas jurídicas de direito privado poderão, atendidos os requisitos legais e sanitários, adquirir, distribuir e administrar” os imunizantes, sob condição de que “pelo menos 50% das doses sejam, obrigatoriamente, doadas ao SUS e as demais sejam utilizadas de forma gratuita”.
Em 2021, a entidade realizará a Copa América em dois países (Argentina e Colômbia) e pretende, segundo entrevista recente do presidente Alejandro Domínguez, que o torneio tenha público nos estádios, mediante vacinação.
A vacinação prioritária de atletas é discutida como forma de viabilizar a realização da Olimpíada de Tóquio, no meio do ano. Jogadoras da seleção brasileira de futebol feminino, como a zagueira Rafaelle e a meia-atacante Andressa Alves, porém, estão entre os esportistas que discordam e entendem que há grupos de pessoas com maior necessidade de acesso aos imunizantes.