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Reverendo Moon enquanto vivo investiu no Cene, mas depois de sua morte, a família cortou os investimentos e começou as dividas
A morte do coreano Sun Myung Moon – Reverendo Moon – pode ter sido o primeiro sinal para a bancarrota do Centro Esportivo Nova Esperança – Cene – que além de cair para a Série B do futebol estadual, na próxima temporada vive agora afetado pela crise financeira e o desentendimento entre dois dos seus principais dirigentes.
Jardim
Fundado em Jardim, em 13 de dezembro de 1999, por Paulo Sérgio Telles, o clube que foi o descobridor do jogador Keirrison, que surgiu como uma das maiores promessas do futebol brasileiro, sem o apoio financeiro do Reverendo Moon perdeu o chão e por pouco não ficou sem rumo.
Com o engrandecimento do futebol e com o aval do referido reverendo, o Centro Esportivo Nova Esperança (Cene) pertencente à Igreja da Unificação de Moon, mudou para Campo Grande, em 2002, com status de time de futebol profissional.
Alavancado pelas polpudas quantias enviadas por Moon, a diretoria formada então pelo presidente Paulo Sérgio Telles, José Rodrigues e pelo administrador e homem de confiança do Reverendo, o também coreano Hae Ung Jang, o clube chegou com força á Capital do Estado e por pouco não desbancou os mais tradicionais clubes existentes na cidade, como o Operário e o Comercial, que sem o mesmo poder financeiro do “novato”, ficaram a ver navios e ver o time de Moon, ganhar títulos e mais títulos.
Centro de treinamentos e Títulos
Com dinheiro que chegava ao clube, - nunca se soube ao certo o real valor - a diretoria além de montar bons elencos e importar treinadores de outros centros, decidiu fazer investimentos. No primeiro caso, a diretoria trouxe o técnico Mirandinha revelado pelo Galo, e ex-jogador do Corínthians e com passagens pela seleção brasileira.
Anderson Ramos/ Arquivo Capital News
Do último título do Cene em 2014, ao rebaixamento e disputas políticas em 2015
Sob a orientação dele, os elencos foram montados e bons jogadores foram contratados tanto que o time conquistou títulos de campeão estadual em 2002, 2004, 2005, 2011, 2013 e 2014, além da Copa Centro Oeste que era promovida e organizada pela Liga centro oeste, que acabou devido à intervenção da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), fora outras conquistas, nas categorias de base do clube.
BASE
Na base, a diretoria tinha uma “jóia rara”. Era o jogador Keirrison, filho do ex-ponta direita Adir, que atuou pelo Clube Atlético Douradense (CAD) e depois pelo Operário.
O jogador apontando por muitos como uma “mosca branca”, passou a ser então trabalhado e preparado pelos dirigentes é claro, visando a venda do mesmo para investir ainda mais no clube.
Com o status de craque, Keirrison “explodiu”, ganhou chuteira de ouro da FFMS, pelo fato de ter marcado em uma temporada 67 gols e à medida que marcava os gols, a sua fama corria pelo país afora e com isso, ele entrou em leilão.
No leilão, quem levou a melhor na batida do martelo, foi o Carlos Massa, o conhecido apresentador de televisão Ratinho que comprou o passe do jogador. O valor também nunca foi divulgado oficialmente.
FUTURO
Portanto era inegável que o clube com a atual administração estava caminhando certo e com o futuro quase garantido, mas faltava o Centro de Treinamentos (CT) para dar vazão aos sonhos até então ambiciosos do trio de dirigentes.
A sede aluga próxima à Vila Olímpica, do Comercial não comportava mais as ambições do clube e a partir de então os dirigentes buscaram alternativas.
SAMAMBAIA
Como o clube havia alugado as dependências do Clube Samambaia, localizado nas imediações do Conjunto Residencial COHAB 2, mas no Jardim Los Angeles, para os treinamentos diários dos elencos, sendo estes de profissionais e os da categorias de base, foi feita uma proposta de compra que não foi aceita pelo proprietário que de imediato fez a contra-proposta, também descartada pelos dirigentes.
Daí surgiu à brilhante idéia de adquirir em definitivo uma área de 12 hectares, localizada um pouco mais adiante do Clube Samambaia. O local foi visitado e aprovado pelo trio de dirigentes que enviaram a proposta ao Reverendo Moon e este autorizou a compra e é claro, enviando a quantia solicitada pelo vendedor. O valor também nunca foi divulgado.
Realização de um sonho
Com a compra dos 12 hectares, o local que até então era uma mata fechada, aos poucos foi se transformando em um Centro de Treinamentos de Futebol.
Nele foram construídos seis campos de futebol que atendia a todas as categorias do clube, piscina para os atletas, vestiários, refeitório, academia de musculação, dormitório com sete quartos e mais dois para os integrantes da comissão técnica, sala dos diretores e por último, a construção de um estádio de futebol com capacidade para 2,5 mil pessoas.
Ainda no local, a diretoria do Cene realizou inúmeras obras voltadas para o projeto social que o clube tinha.
A cada conquista de campeonato ou torneio, o troféu era enviado para a Coréia do sul onde existe um museu expondo as principais conquistas do clube que ficava com uma réplica. Em Las Vegas, nos Estados Unidos, também existia ou existe outro museu com a mesma exposição.
Bancarrota
Com a morte de Sun Myung Moon – Reverendo Moon – o clube começou a enfrentar crise financeira vividas pelos outros clubes do Estado. Mas antes do falecimento dele, o Cene já não recebia mais a mesma quantia enviada anteriormente.
Sem dinheiro, aos poucos as brigas entre os dirigentes também contribuíram para a corrosão do clube. O primeiro a deixar a diretoria foi o diretor financeiro, o coreano – como era conhecido Hae Ung Jang, conhecido por Mister Jang.
Anderson Ramos/ Arquivo Capital News
Paulo Telles e José Rodrigues travam uma briga nos bastidores que pode acabar com o desaparecimento do Cene
Sobraram então José Rodrigues e Paulo Sérgio Telles que se desentenderam e hoje estão rompidos.
A briga inicial foi pelo fato de José Rodrigues atual presidente do clube, ter assumido também a presidência do /clube Atlético Sorocaba, que igualmente pertencia à Igreja da Unificação.
Paulo Telles não aceitou a duplicidade de função em dois clubes mesmo que localizados em Estados diferentes e tentou retomar a direção do Cene que ele na verdade, é o real fundador.
LEILÃO
Sem dinheiro para fomentar o futebol, o clube atual bicampeão estadual, pois ganhou os títulos em 2013 e 2014, despencou e teve uma pífia campanha na atual temporada, tanto que caiu para a Segunda Divisão do Futebol Estadual em 2016, mas devido á crise financeira instalada, não se sabe se participará ou não.
Sem dinheiro e com enorme estrutura par os padrões do futebol estadual, uma das saídas encontradas foi o arrendamento par o Guaicurus, clube que participa do Estadual da Categoria Sub-19, mas o arrendamento não é elevando, tanto que devido aos impostos atrasados, os 12 hectares do clube com toda a benfeitoria seria leiloado no dia 15 de setembro, pela pífia importância de R$ 900 mil.
O leilão não aconteceu graças à ação emergencial do presidente José Rodrigues, que através do departamento jurídico, conseguiu adiar a venda de uma nobre área por onde já desfilou jogadores de boa qualidade técnica, técnicos de renomes nacionais e de promessas que se perderam também no tempo.
Hoje o clube, mesmo sendo arrendado para o Guaicurus, vive sob os cuidados do supervisor, Lesdwin Cedeño Leno, um dos integrantes da Igreja da Unificação, trazido de Porto Rico.
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O leilão não aconteceu do CT do Cene graças à ação emergencial do presidente José Rodrigues, que conseguiu só adiar
