A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) apresentou nesta terça-feira (29) seu relatório financeiro de 2024, destacando crescimento nas receitas, investimentos inéditos no futebol nacional e superávit de R$ 107 milhões. O balanço foi aprovado por unanimidade pelos 27 presidentes de federações durante Assembleia Geral da entidade, presidida por Ednaldo Rodrigues.
Um dos marcos do ano foi a renovação do contrato de patrocínio com a Nike, considerada a maior da história da CBF. O novo acordo, assinado em novembro, resultou na antecipação de R$ 1,3 bilhão, fortalecendo o caixa da entidade e contribuindo para o crescimento das receitas, que superaram R$ 1,5 bilhão — um aumento de 17,6% em relação a 2023.
“O relatório financeiro da nossa gestão mostra uma administração sólida, marcada pela transparência e pelo compromisso em promover o futebol brasileiro”, afirmou Ednaldo. “Com investimentos recordes, a entidade reforça sua missão de desenvolver o esporte em todas as suas dimensões.”
R$ 1 bilhão aplicado no futebol
Pela primeira vez, a CBF ultrapassou a marca de R$ 1 bilhão investido diretamente na atividade-fim da entidade. O montante representa 70% do faturamento anual e um crescimento de 54% em relação à média dos últimos três anos. Os repasses para competições e fomento do futebol nos estados atingiram R$ 734 milhões — alta de 39% em relação a 2023.
A entidade também ampliou as premiações e cotas de participação nas competições nacionais, promovendo maior equilíbrio entre clubes de todas as regiões. A Série A de 2025 contará com cinco clubes nordestinos, e a Série B terá três representantes do Norte pela primeira vez em 19 anos.
Resultado financeiro robusto
Com uma política de austeridade e gestão conservadora de investimentos, a CBF viu suas disponibilidades crescerem 134% em 2024, atingindo R$ 2,4 bilhões. O valor foi alocado em fundos de alta liquidez, com rentabilidade média de 12,11%. O ativo total da entidade saltou para R$ 3,6 bilhões, crescimento de 67% em um ano.
O índice de liquidez corrente subiu de 4,29 para 5,21, evidenciando a capacidade da CBF de honrar compromissos e realizar novos investimentos.
Compromisso social e arrecadação fiscal
Além dos números financeiros, a CBF recolheu R$ 155 milhões em tributos no ano e destinou R$ 19,5 milhões em apoio direto à Federação Gaúcha e aos clubes afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Também criou uma plataforma de doações e realizou o Futebol Solidário para mobilizar recursos às vítimas da tragédia.
Projeção para 2025
A proposta orçamentária para 2025 projeta receita de R$ 2,25 bilhões, com R$ 1,6 bilhão aplicados no futebol. O presidente Ednaldo Rodrigues destacou que a entidade mantém uma política de investimentos compatível com seu papel institucional: “A CBF não é um banco. Nosso dever é reinvestir no futebol, com disciplina e foco no desenvolvimento”.