Nem tabu, nem melhor ataque, nem pressão. O Brasil ignorou todos esses obstáculos e goleou o Uruguai por 4 a 0 neste sábado. Em pleno estádio Centenário, em Montevidéu, a equipe de Dunga conquistou uma vitória convincente e com placar inesperado. Assim, assumiu provisoriamente a liderança das eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2010.
Velocidade, marcação forte e uma dose de sorte foram as armas dos brasileiros nesta tarde. O time visitante chegou a sua sexta vitória no torneio com um "frango" do goleiro Viera, uma cabeçada certeira de Juan, um belo gol de Luís Fabiano e um pênalti convertido por Kaká. Os pentacampeões agora têm os mesmos 24 pontos do Paraguai, que ainda nesta noite enfrenta o Chile.
Com a vitória, o Brasil acabou com um tabu que já durava 33 anos. Desde 1976, quando triunfou por 2 a 1, a seleção verde e amarela não ganhava do Uruguai na casa do adversário. Desta vez, calou mais de 50 mil uruguaios e superou até as próprias expectativas.
Na véspera do jogo, os brasileiros admitiram que até um empate seria um resultado importante em território uruguaio. Mas bem posicionado atrás e contando com arrancadas de seus jogadores mais velozes, o time de Dunga se impôs diante do Uruguai para vencer duas seguidas pela primeira vez nessas eliminatórias (vinha de triunfo sobre o Peru).
Nem mesmo a presença do uruguaio Forlán, artilheiro da Europa na última temporada, foi suficiente para dar trabalho à melhor defesa do torneio. O Brasil, agora, tem cinco gols sofridos em 13 partidas.
Com o Centenário tomado pelos uruguaios, a seleção anfitriã iniciou a partida como se esperava: sufocando o Brasil. Teve maior volume de jogo e chegou com frequência à meta brasileira. No entanto, esbarrou na falta de pontaria e nos erros na hora de definir.
A equipe de Dunga não teve nenhuma oportunidade clara de gol no começo do jogo. E nem precisou disso para abrir o placar. Em um chute da intermediária de Daniel Alves, o goleiro Viera falhou feio e viu, logo aos 11min, os brasileiros saírem em vantagem: 1 a 0.
O susto não mudou a forma de jogar do Uruguai. O time seguiu pressionando a saída de bola e tentando diminuir os espaços. O Brasil, por sua vez, apostou nas saídas em velocidade, com Robinho, Kaká e Daniel Alves. Deu certo. Depois de conseguir um escanteio dessa maneira, Juan aproveitou cruzamento de Elano no rebote e cabeceou para fazer 2 a 0. Segundos antes, Juan quase marcou em lance parecido.
Minoria no estádio, a torcida brasileira passou a ser ouvida. "Aha, uhu, o Centenário é nosso", gritaram os brasileiros. Diante da desvantagem, o Uruguai foi ainda mais para cima. Até criou duas boas chances, mas Júlio César defendeu ambas e mostrou por que a seleção chegou para esta rodada como a melhor defesa das eliminatórias.
No segundo tempo, o Uruguai voltou com o atacante Abreu em campo para tentar diminuir o prejuízo. O time anfitrião, porém, não contava que o Brasil acertaria belo contra-ataque que terminou com gol de Luís Fabiano, aos 6min. Perdido no ataque, o Uruguai tentou de tudo. Quem fez, porém, foi o Brasil. Kaká sofreu pênalti e converteu para ampliar para 4 a 0, aos 29min.
Os brasileiros presentes nas arquibancadas fizeram a festa. E em bom "portunhol". "Adiós, Celeste!", entoaram os torcedores. Em campo, o Brasil só administrou a larga vantagem e ainda contou com bela participação do setor defensivo para triunfar com tranqüilidade e ouvir gritos de "olé".
URUGUAI 0 X 4 BRASIL
Uruguai
Viera; Maximiliano Pereira (Fernández), Valdez, Godín (Cavani) e Cáceres; Martínez, Pérez (Abreu), Eguren e Alvaro Pereira; Suárez e Forlán
Técnico: Oscar Tabárez
Brasil
Júlio César; Daniel Alves, Juan, Lúcio e Kléber; Gilberto Silva, Felipe Melo, Elano (Ramires) e Kaká (Júlio Baptista); Robinho (Josué) e Luís Fabiano
Técnico: Dunga
Data: 06/06/2009 (sábado)
Local: estádio Centenário, em Montevidéu (Uruguai)
Árbitro: Saúl Laverni (ARG)
Auxiliares: Gustavo Esquivel (ARG) e Ariel Bustos (ARG)
Cartões amarelos: Valdez, Eguren (URU)
Cartões vermelhos: Maximiliano Pereira (URU); Luís Fabiano (BRA)
Gols: Daniel Alves, aos 11min, e Juan, aos 35min do primeiro tempo; Luís Fabiano, aos 6min, e Kaká, aos 29min do segundo tempo. (UOL)