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ENTREVISTA Domingo, 10 de Julho de 2011, 08:00 - A | A

Domingo, 10 de Julho de 2011, 08h:00 - A | A

Simone Tebet: Gostaria de terminar mandato que meu pai não concluiu

Wendell Reis - Capital News (www.capitalnews.com.br)

A vice-governadora de Mato Grosso do Sul, Simone Nassar Tebet, recebeu a reportagem do Capital News com exclusividade para falar sobre os seis primeiros meses de atuação no executivo estadual. Simone falou sobre o desafio de comandar pela segunda vez o Estado por uma semana nos próximos dias, quando o governador André Puccinelli (PMDB) estará de licença.

Simone é a primeira mulher a ocupar o cargo de vice-governadora de Mato Grosso do Sul e ocupou o cargo de governadora nas férias de Puccinelli no começo do ano. Ela revelou ainda a vontade de realizar trabalho no Senado Federal, continuando um trabalho que o pai não pode terminar.

Simone é natural de Três Lagoas, formada em direito, especialista em Ciência do Direito, mestra em Direito do Estado e doutoranda em Direito Constitucional. Foi eleita deputada estadual com 25.250 votos em 2002 e prefeita de Três Lagoas em 2004, se reelegendo em 2008. Em 2010, a convite do governador André Puccinelli, se candidatou a vice-governadora, se elegendo no primeiro turno, com 56% dos votos válidos.

Capital News - Qual avaliação faz dos primeiros meses de governo no segundo mandato do governador André Puccinelli e primeiro como vice-governadora?

Simone Tebet - Antes de mais nada lembrar que este segundo mandato é uma continuidade do primeiro. Um governo, claro que mais maduro e preparado, mas que não começou do zero. No segundo mandato o governador está dando continuidade aos projetos estratégicos, que são nove, principalmente na parte de logística, transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, linhões de energia, ou seja, dotando o Estado de infraestrutura necessária para trazer investimento, seja no agronegócio, na questão da agricultura, pecuária, seja na indústria do agronegócio, como no caso da indústria de álcool, frigorífica, seja na industrialização, lato sensos falando, nas indústrias... graças aos insumos que temos. Então, é um governo que já tinha projetos estratégicos e agora com uma maior densidade e intensidade... Um governo que já tinha equilibrado nos primeiros quatro anos a sua finança. E o equilíbrio fiscal não significa equilíbrio econômico. Nós temos equilíbrio fiscal, as contas estão em dia, mas ainda temos alguns gargalos na economia. Por exemplo, a questão dos juros, dívidas, que consomem o nosso orçamento, onde 16% são comprometidos e esta é uma pauta que o governador já está agendando com a atual presidente da República, para tratar deste assunto com outros governadores. Então, é um Estado que está sólido, consolidado e que requer, é claro, cuidados econômicos, mas que agora tem esta possibilidade de voltar com mais afinco os olhos para os projetos sociais. Entrar neste momento na administração, no segundo mandato de um governo maduro, equilibrado, com as contas em dia, é muito mais fácil. Ser vice neste segundo mandato do governador André é muito mais fácil do que ser vice no primeiro mandato. Eu fico feliz porque venho justamente no momento onde aquilo que eu entendo ser a prioridade de um governo, passa a ter um enfoque cada vez mais forte, que são os projetos sociais. Não se faz o social sem economia, sem dinheiro. Foi preciso fazer o dever de casa, equilibrar as contas, pagar as divididas e fortalecer economicamente o Estado, para se voltar os olhos com mais afinco para os projetos sociais. Então, neste momento, entrar no governo quando tem investido cada vez mais em saúde, educação, projetos sociais e em qualificação de mão de obra, em busca de empresas para gerar emprego e renda para a população, para mim é muito importante.

Capital News – As pessoas não têm muita ideia do que pode fazer um vice-governador. O que a senhora está fazendo e que pode ser feito para ajudar o governador?

Simone Tebet - Até porque vice não tem um cargo. Perguntam qual a sua função. Eu falo que sou mera substituta eventual. Nós estamos prontos para substituir, eventualmente, em casos de viagens e em algumas licenças do governador. Só que no meu caso específico, pela minha proximidade com o governador, pelo projeto que me foi apresentado... O governador me tirou de um projeto local para me trazer para um projeto estadual. O meu projeto tem, realmente, um enfoque um pouco diferenciado. Tenho acompanhado o governador na parte política e na parte administrativa. Tenho percorrido muitos municípios por onde ele tem ido. Quando não vou ao interior com ele é porque tenho outras missões que ele me delega, seja política ou administrativa. Estou nos bastidores junto aos secretários, junto às secretarias, principalmente em secretarias que tenho mais afinidade, seja a secretaria de produção, com a Teresa Cristina, que é indústria, comércio, desenvolvimento econômico, seja no setor da secretaria de assistência social, que chamo de assistência social porque nos municípios falam secretarias de assistência social, seja na secretaria de educação. Eu tenho focado muito nestas questões. A minha área é também de planejamento. Fiz mestrado em planejamento urbano. Então, tenho atuado também na questão de planejamento, questão ambiental. Tenho feito um pouco de tudo e sem precisar de holofotes. Sem precisar estar na linha de frente. Ajudando os nossos secretários nestas pastas que tenho um pouco mais de afinidade.

Capital News - É verdade que a senhora não quis assumir uma secretaria específica para poder ajudar mais?

Simone Tebet - Exato. Eu acho que nós temos que parar com este estigma também de que o vice é uma figura decorativa. Eu não vim para ser uma figura decorativa. Vim para trabalhar e estar ao lado do governador naquilo que ele precisa. Lembrando que ele é o governador e os holofotes estão voltados para ele. Qualquer trabalho que a gente por ventura faça é de bastidores, falando seja em Brasília, seja com empresários de São Paulo em Brasília, agilizando projetos, seja junto à comunidade, no interior ou nos bairros, nós estamos levando o projeto do governador, do governo do Estado. Quem tem que brilhar, aparecer e se projetar é o governador e este papel eu sei fazer muito bem. Eu sou uma pessoa extremamente discreta e não preciso mostrar serviço. Só de saber que estou trabalhando e ajudando o governo do Estado já me dá muita satisfação.

Capital News - A sua experiência como prefeita de Três Lagoas tem ajudado a desempenhar este trabalho?

Simone Tebet - Foi fundamental. Foram cinco anos e três meses em uma cidade extremamente comprometida com suas finanças, alto estima e nas suas obras de estrutura. Nós praticamente começamos do zero tudo lá. Finanças, social, economia e obras de infraestrutura. Lembrando só dois exemplos para conseguir fechar esta conclusão: Havia se passado dez anos sem se fazer nenhuma escola municipal na cidade e nenhuma casa popular em parceria com a Caixa Econômica Federal em um município de 100 mil habitantes. Daí você tem uma noção. Praticamente é a terceira maior economia do Estado. Foi uma experiência muito rica e eu aliei na prática a teoria que eu tinha. Venho do campus universitário. Por 12 anos dei aula de administração publica e isso me permitiu também ver muitas vezes que na prática a teoria é outra. Aliado a um complicador, porque a meu ver é um complicador, que é o fato de nós estarmos fazendo política e a política tem diversidade ideológica, diversidade de ideias, opiniões, gestão e convive dentro de uma agremiação partidária, com grupos e interesses diferenciados e tem que estar preparado para poder administrar todas estas vertentes.

Capital News - Como que deve ser o desafio agora que o governador vai sair de licença. A senhora já assumiu no começo do ano quando ele saiu de férias. Será diferente?

Simone Tebet - Ali foi no susto né. Eu brinco e falo que antes de ser vice eu fui governadora. Porque não tinha ainda tomado pé da situação. Hoje se passaram seis meses e tenho uma noção macro e micro da administração estadual. Hoje sei como funciona a máquina administrativa e nós sabemos quais são as demandas, necessidades e problemas. Dos pequenos problemas aos grandes. É diferente. Só que, diferentemente do início do ano, são só cinco dias úteis. Será uma semana. Nós estaremos dando andamento aos projetos do governo para fazermos os passos naturais com todos os secretários e estamos prontos para qualquer demanda maior que venha. Qualquer problema, situação adversa ou mesmo qualquer situação positiva, nós estamos prontos para poder estar conduzindo o projeto. Sempre que tiver que assumir o governo do Estado no lugar do governador vou ter o enfoque seguinte: Tenho que pensar que quem governa o Estado é o governador André Puccinelli... Neste tempo curto que estiver a frente do governo, procurar fazer exatamente aquilo que ele faria e não aquilo que eu faria se fosse governador, porque ele é o titular. A população o elegeu para governar por quatro anos o destino do nosso estado e tenho que pensar: Se o governador estivesse aqui, o que ele faria neste momento?

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Fui governadora antes de ser vice
Foto: Alessandra Carvalho/Capital News

Capital News - Parece que o governador já te prepara para poder assumir e em algumas entrevistas podemos constatar que a senhora é uma das pessoas que ele gostaria que assumisse quando ele saísse. Assim, quais são os seus planos depois que terminar o mandato como vice-governadora?

Simone Tebet - Vamos dar duas respostas. A primeira é a seguinte: Não é que ele tenha nenhuma preferência. Talvez ele já me prepare pensando que ele possa ser candidato ao Senado e, consequentemente, eu tenha um ano de mandato, que não é pouca coisa. Você sabe que as necessidades da população não param. Os anseios são imediatos e as situações surgem em menos de 24 horas. Os problemas e as soluções. Governar um Estado é uma grande responsabilidade e não será um mês. Serão pelo menos 10 meses ou um ano de governo e tenho que estar preparada para esta eventualidade. Talvez, seja por isso que ele esteja pedindo que eu esteja ao lado, acompanhando. Quando são grandes projetos estratégicos nós estamos juntos, como a questão do poliduto, da ferrovia, questões que envolvam dívida do Estado, grande discussão da reforma tributária, que está em pauta e é uma área que é minha também. São pautas extremamente relevantes para o futuro do Estado. O futuro do Estado está nas mãos do Congresso Nacional, da presidente Dilma. Porque a reforma tributária vindo da forma como hoje se apresenta, em médio prazo pode, literalmente, quebrar o Mato Grosso do Sul. Então, acho que ele muito mais me prepara nesta eventualidade dele ter que renunciar ao mandato para ser candidato ao Senado, do que propriamente pensando em uma situação em 2014. A sucessão em 2014 está longe. Nós temos candidatos, nomes como o prefeito da Capital, que inclusive tem o meu apoio. Se ele tiver densidade eleitoral terá o meu apoio. Claro que tendo também um projeto que seja um projeto que eu me identifico. Por que acima de partido político, para mim está o estado de Mato Grosso do Sul. Ai, respondendo a sua segunda pergunta: Não tenho projeto partidário e nem projeto político e pessoal. Para mim não importa um projeto de governo, importa um projeto de estado. Acima de governo, pessoas e ideologia estão às reais necessidades da população e aquilo que sonho e espero para os meus filhos e qualquer mãe sul-mato-grossense. Eu quero um estado melhor para todos, porque se eu sou feliz em Mato Grosso do Sul, quero que as pessoas sejam felizes no Mato Grosso do Sul. Eu sei que só tem um caminho ai, que é o desenvolvimento realmente através da diversidade econômica. Saímos do binômio soja-boi, como já saímos na agricultura e pecuária e agora também sermos um estado industrializado. Eu vi o que uma indústria é capaz de fazer em uma cidade. Ela atrai tudo. Ela gera emprego, melhores salários, consequentemente renda, e esta renda é gasta no comércio, que contrata mais. Esta nova contratação gera uma qualidade de vida que aumenta o Índice de desenvolvimento Humano (IDH) do município e Estado e isso significa mais saúde, educação, recursos investidos em obras de infraestrutura e mais contrapartida em habitação, para podermos dar uma casa própria, que é o sonho de toda família. Enfim, alavanca realmente o desenvolvimento. Dentro de todo este contexto, eu quero estar ao lado de um projeto de estado e não de governo. E um projeto de estado não necessariamente passa pelo meu nome ou por um nome que esteja dentro do nosso partido. Hoje, entendo que passa e quero continuar acreditando neste sentido.

Capital News - Perguntei isso porque o governador disse que poderia ser candidato ao Senado e depois revelou que queria apoiar à senhora e o prefeito Nelson Trad Filho. Como a senhora recebeu isso, tendo em vista que ele já demonstrou a vontade de se aposentar?

Simone Tebet - Ele sabe que se eu pudesse escolher e tiver que terminar a minha vida pública dez meses como governadora... Este vai ser o projeto e depois tem a minha vida profissional como advogada, professora universitária. Vou fazer o meu projeto, fazendo política, inclusive fora. Não precisa estar em cargo público para fazer política. Sempre fiz política. Desde pequena e que me entendo por gente, por conta da história do meu pai. Nos bastidores, palanques, fazendo campanha para ele, dando ideias, sugestões, projetos, pareceres. Fui consultora por seis anos na Assembleia, fazendo projetos de lei. Enfim, tenho minha vida profissional que me permite fazer política fora de cargos públicos. Quando o governador fala em possivelmente ser candidato ao senado não é porque seja uma vontade pessoal dele. Ele sabe que se pudesse escolher seria candidata ao senado. É que se o partido precisar de um nome forte para estar ao lado do nosso candidato ao governo, claro que o nome dele é muito mais forte que o meu. Então, o nome dele é forte para estar disputando uma vaga no senado para fortalecer a chapa. Esta é a visão do governador e que eu concordo. Mesmo sendo contra os interesses pessoais meus, entendo que este é um projeto, como disse de estado e não de governo, pessoas ou grupo. Precisamos do governador candidato ao senado. Consequentemente, se ele for candidato ao senado, vamos ter que buscar um nome forte ao governo do Estado, que eu entendo que hoje seja do prefeito Nelsinho Trad. Se ele não for candidato ao Senado, como ele disse, tem dois guris, que ele brinca, o Nelsinho que tem esta pretensão de ser candidato ao governo e eu, que gostaria, se tiver densidade eleitoral e fazendo um bom trabalho como vice-governadora, poder pleitear uma vaga no Senado Federal.

Capital News: Então, se pudesse escolher, a senhora seria candidata ao Senado?

Simone: Gostaria de ser senadora. Gostaria de terminar o mandato que meu pai não concluiu. Pode ser uma coisa emotiva, pessoal, enfim... Não é só o coração que tem as razões que a gente desconhece. O cérebro também tem um lado emocional, todo emotivo... Mas, eu sou de parlamento. Comecei minha vida como deputada. Em um ano e meio eu tive uma projeção na época como oposição ao governo do ex-governador Zeca. Fui por seis anos consultora na Assembleia. Gosto de tribuna, de comissões, pareceres. Enfim, tenho de certa forma, acho pelo menos que tenho, uma vocação para inovações em projetos de lei e ideias. Trazer todos estes anos de estudo que tive nesta parte técnica do legislativo. Mas, o futuro pertence a Deus e está muito longe. Temos que pensar, principalmente, em 2012. Vamos trabalhar. Acho que é importante trabalhar e 2014 ainda está muito longe. O ano de 2012... Muita água vai rolar. Muita coisa ainda tem para acontecer.

Capital News - A senhora citou o seu pai e ele era um político que não tinha grande rejeição. A senhora acha que herdou isso? Como à senhora recebe esta comparação e associação ao nome do seu pai? Algumas pessoas não gostam. O que a senhora pensa a este respeito?

Simone Tebet - Nada me daria mais prazer do que terminar minha vida pública... Se tivesse que terminar em 31 de dezembro de 2014, podendo deixar um único título: Ela foi uma política que honrou a história de vida do seu pai e foi 10% do que foi o pai. Porque meu pai foi uma pessoa realmente que conseguiu passar 40 anos na vida pública sem deixar uma mácula sequer na sua biografia. Um homem que passou 40 anos como exemplo de ética em um país de corruptos. Não tenho problema nenhum em dizer isso, mesmo porque temos, infelizmente, esta triste realidade no Brasil, com muitas e muitas exceções, mas são exceções.

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Simone acredita que o pai foi um exemplo de ética em um país de corruptos
Foto: Alessandra Carvalho/Capital News

Então, nada me daria mais prazer do que este título: Ela passou pela vida pública sabendo honrar a história e biografia do seu pai como homem público, sendo ai 10%, 20% do que foi ele. Se eu puder continuar este trabalho dele bem, se não, gostaria de encerrar tendo sim esta comparação, que não me denigre, diminui ou incomoda. Ao contrário, só me enaltece, me dá orgulho e me deixa muito feliz. Não é porque é meu pai, mas as pessoas dizem que foi um homem que passou 40 anos sem ter uma mácula, uma mancha de corrupção. Um homem que serviu o Estado 24 horas por dia. Saia da quimioterapia e ia usar a tribuna do Estado. Não tinha um pronunciamento que não falava a sua frase célebre: Eu quero servir o Brasil servindo primeiro o meu querido estado de Mato Grosso do Sul. E através desta frase ele resumiu realmente a sua trajetória política. Um homem de trabalho, pacificador, extremamente equilibrado, sensato, que sabia se posicionar sempre ao lado do interesse do Estado e do povo. Relatou os grandes projetos da sua época. O SIVAM (Sistema de Vigilância da Amazônia) foi fundamental para a preservação da Amazônia. A aprovação que ele relatou e que acabou com a lei de falência e permitiu a sobrevivência da pequena e micro-empresa. O conselho de ética que ele presidiu com tanta maestria. A única vez da historia da República Brasileira que um senador foi cassado, foi pela presidência no conselho de ética dele. Enfim, acho que Mato Grosso do Sul tem que ter orgulho de ter tido homens como Ramez Tebet, Frageli [José], Lúdio Coelho. Homens que passaram e deixaram a marca de ética, trabalho e história. Para as futuras gerações, para quem quer vir, como você que é jovem, é muito importante ter referência. Eu gostaria de em um futuro muito próximo, parando a vida pública ou não, ser uma simples referência de trabalho e ética, para que as futuras gerações possam vir a fazer política. Eu sinto que os jovens não querem fazer política pelos maus exemplos que têm. Eu gostaria que eles se pautassem pelos bons exemplos, que por mais que seja minoria, e exatamente por serem minoria que precisamos da ideologia, sonhos, crença e vontade de servir dos jovens. Que os jovens venham fazer política com muita consciência que não precisa se misturar aquilo que não acreditem e não seja seu ideal, porque é possível fazer política com integridade, ética, amor e resultado, que é muito importante. Eu sempre tenho uma frase que guardo para mim. Sempre fui uma jovem que nunca quis fazer política. Sempre fiz política de bastidores. Nunca tive cargos, mas fui assessora do meu pai na parte jurídica e política. Sempre tive uma frase que é o seguinte: Para que o mal impere, basta que os bons se omitam. Então, que os jovens possam começar a vislumbrar a possibilidade de fazer política, em cargos públicos ou não, mas que façam política. Você como jornalista, fazendo jornalismo voltado para estas questões realmente importantes, que na advocacia, medicina, sindicatos, presidências de bairro, seja onde for... Que os jovens possam fazer política, porque nós precisamos de mais jovens envolvidos para ter o Estado que a gente sonha.

Capital News - As pessoas costumam dizer que o governador tem uma personalidade muito forte e ele próprio diz que a senhora está conseguindo “dobrar” ele. Como esta relação com o governador?

Simone Tebet - Acho que uma parceria é igual a um casamento: Para ser boa nós não podemos ser pessoas iguais, extremamente afins. As pessoas precisam ter os mesmos objetivos, ideias, mas tem que ter ideais diferentes, formas de atuar diferente, forma de trabalhar diversa. Acho que eu e o governador temos isso. Nós temos o mesmo ideal, mesmo sonho e projetos para o Mato Grosso do Sul, mas somos pessoas em temperamento e muitas vezes em formas e meios de chegar ao fim, completamente diferente. Talvez esta parceria, governador mais impulsivo; eu um pouco mais equilibrada. O governador falando mais aquilo que pensa, sem muitas vezes pensar na repercussão; eu um pouco mais centrada. Mas, acho que esta parceria é que da certo. Fico feliz de saber que ele me escuta. Apesar dele ser o mestre e eu aprender com ele, ele é uma pessoa que está sempre escutando. Ele sempre disse assim: Eu quero você para humanizar a minha chapa. Eu sempre digo o seguinte: Não é preciso. Não foi preciso a minha vinda para humanizar. O governador é uma pessoa extremamente humana. O que precisa é mostrar este lado que é seu e não é porque você é homem que precisa segurar suas emoções ou trancar a sete chaves o que passa no seu coração. Então, abra o seu coração para a população, que quer ver esse seu lado italiano, emotivo, de latino, que tem no sangue, como todo bom brasileiro, movido a emoções e que age realmente com base nisso. A gente tem conseguido convencer o governador que agora a única coisa que está faltando é mostrar o que já faz na área social. Porque ele investe muito mais no social do que nas obras de infraestrutura e isso não fica claro para a população. Quando ele apresentou o MS Forte, que são 1500 obras, R$ 3 bilhões em investimentos, obras de infraestrutura, de pontes, rodovias, ferrovias, aeroportos, recapeamento, reforma de escolas, ampliação de hospitais... Mas, o que precisa enfocar é que tudo isso visa o ser humano, a pessoa que vai transitar e diminuir limite de tempo quando transita pela rodovia, quando amplia uma escola ou mesmo hospital. É para colocar pessoas para ter o serviço público de educação e saúde com mais qualidade. Então, não apenas ter números, mas mostrar para a população que o foco principal do seu governo é o ser humano. Está ai o vale renda, universidade. O maior projeto que ele tem e é a grande bandeira social, pois é o governador que mais fez casas populares na história do Mato Grosso do Sul. Isso é social. Isso é que precisa ser divulgado. Eu quero a partir do segundo semestre estar focando este lado social do governo André Puccinelli.


Por Wendell Reis - Capital News (www.capitalnews.com.br)

 

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Antonio Alexandre 15/07/2011

Éh vice-governadora isso só veem a provar que nao é so por ser filha de quem teve seus encaminhamentos, acredito que é mesmo da pessoa que voce comvontade de ver as coisas acontecerem para nos todos obrigados por pensar e agir assim estamos juntos sempre em frente...!!!

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